Ministério e universidades do Rio vão desenvolver projetos culturais no estado
As instituições públicas de ensino superior do Rio de Janeiro – entre elas, as universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Federal Fluminense (UFF) e Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet) e o Ministério da Cultura – vão desenvolver projetos culturais no estado.
A proposta foi apresentada hoje (14) durante um encontro do ministro Juca Ferreira com os representantes das instituições, no Centro de Altos Estudos da UFRJ, no Flamengo, zona sul da cidade. “Acho ótimo. A gente precisa das universidades para construir as políticas públicas, para executar, para avaliar e para formular. E elas também precisam da gente para desenvolver o programa cultural. Vai ser uma parceria das melhores.”
Embora as entidades sejam ligadas ao Ministério da Educação (MEC), o ministro destacou que tem mantido conversas com o colega Renato Janine Ribeiro, para desenvolver ações em conjunto entre os dois ministérios. “Esse é um outro dado positivo da conjuntura. O ministro [Renato Janine] é um craque, entende e defende a aproximação entre a Cultura e a Educação, e nós já começamos a trabalhar. Evidentemente demora um pouco, porque o Ministério da Educação tem parâmetros, padrões, metas muito rígidas, e qualquer coisa precisa ser muito planejada para fazer parte da prática deles.”
Juca Ferreira sugeriu que as discussões para a definição dos projetos sejam feitas por meio do Fórum Interuniversitário de Cultura do Rio de Janeiro (FIC-RJ). Ele é resultado do Convênio de Cooperação Acadêmica e Intercâmbio Técnico, Científico e Cultural assinado em março do ano passado pelo Cefet, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), UFF e, ainda, as universidades Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Estadual do Norte Fluminense (UENF) e o Instituto Federal Fluminense (IFF). “É melhor trabalhar através do FIC, porque unifica um pouco e facilita os instrumentos de cooperação.”
O ministro da Cultura identificou algumas áreas em que os projetos podem ser desenvolvidos, como a de patrimônio, museus, cultura popular, protagonismo e cidadania e de diversidade. “Acho que o que não vai faltar é ideia para projetos”, completou.
O coordenador do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, professor Carlos Vainer, considerou positivo o resultado da reunião. “Acho que a recepção do ministro às nossas propostas e demandas foi muito clara e mostramos que as universidades do estado do Rio de Janeiro e o Fórum Interuniversitário de Cultura do Rio de Janeiro são interlocutores da maior relevância para quem pretende fazer políticas culturais no estado do Rio de Janeiro”, disse.
Para o professor, a área que pode ter resultado prático rapidamente é a de formação, na medida em que o ministério está dando prioridade a ela, e as universidades têm condição de resposta rápida às demandas. “Criação de cursos, multiplicação de cursos, identificação nas carências na área de formação, seja de graduação, de pós-graduação, de tecnólogos, de bacharéis, de especialistas. Essa é uma dimensão em que já fazemos muita coisa, mas podemos fazer mais de maneira organizada.”
Para o ministro Juca Ferreira, a experiência no Rio pode ser estendida a outros estados. “Já foi aprovado que no próximo ano vamos fazer um encontro de universidades e cultura, mobilizando o máximo possível de universidades brasileiras”, destacou.
Ainda no encontro, o ministro disse que está muito empenhado com o desenvolvimento da economia cultural. Ele explicou que vem discutindo o tema com a equipe econômica do governo. “A gente está tratando para que o governo brasileiro trabalhe a economia da cultura como uma das variantes de uma diversificação da nossa economia. Ela tem potencial já é 6% do PIB brasileiro, mas pode muito mais.”
Juca Ferreira avaliou que é um bom caminho o fato de a equipe econômica ter recebido bem a proposta. “É um bom indício, mas tem muito caminho para correr. Os Estados Unidos montaram a indústria cinematográfica discutindo a crise de 29. Eles perceberam que ela tinha potencial de ajudar um novo ciclo de desenvolvimento”, ressaltou fazendo uma relação com o atual momento econômico do Brasil.