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Acadêmicos da Rocinha abre desfiles da Série A na Marquês de Sapucaí

No primeiro dia de desfiles na Passarela do Samba se apresentam sete
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 05/02/2016 - 23:23
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Desfile da Acadêmicos da Rocinha durante o desfile da Série A na Marquês de Sapucaí (Cristina Índio do Brasil/Agência Brasil)
© Cristina Índio do Brasil/Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mestre-sala Yuri Perroni e porta-bandeira Thainá Teixeira (Cristina Índio do Brasil/Agência Brasil)

Mestre-sala Yuri Perroni e porta-bandeira Thainá Teixeira, da Acadêmicos da Rocinha. A escola foi a primeira a entrar na Marquês de Sapucaí nesta sextaCristina Índio do Brasil/Agência Brasil

O carnaval na Marquês de Sapucaí foi aberto hoje (5), com a passagem dos integrantes da Associação das Velhas Guardas das Escolas de Samba do Rio, que atravessaram a Passarela do Samba abrindo os desfiles da Série A.

Nesse primeiro dia de desfiles na Passarela do Samba vão se apresentar sete das 14 escolas da Série A, antigo Grupo de Acesso, associadas à Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj), criada em 2012. Amanhã, será a vez da outra metade de agremiações, que disputarão a única vaga na ascensão ao Grupo Especial no carnaval de 2017. No ano passado a vencedora foi a Estácio de Sá, que abrirá no domingo os desfiles do Grupo Especial.

Entre as escolas da série A neste ano, 11 estiveram no grupo considerado a elite do carnaval carioca, sendo que Império Serrano (1948/49/50/51/56/60/72 e 82) e Viradouro (1997) chegaram ao campeonato.

Miscigenação

 Terra abençoada desflorando a mata virgem (Cristina Índio do Brasil/Agência Brasil)

A Academicos da Rocinha tratou da miscigenação do povo brasileiroCristina Índio do Brasil/Agência Brasil

A primeira escola a entrar na avenida foi a Acadêmicos da Rocinha, que voltou à Série A, após conquistar o título no ano passado na Série B. Com o enredo A Nova Roma é Brasil, Brasil é a Rocinha, a escola tratou da miscigenação do povo brasileiro, das suas heranças, dos seus costumes e da fé trazida pelos portugueses.

Para animar os componentes a escola postou hoje um recado no seu perfil em uma rede social . “É hoje! Chegou o grande dia da nossa superação, raça e amor por esse pavilhão. Que todos façam o seu melhor para que a nossa borboleta voe e voe muito alto nessa Sapucaí. Excelente desfile a todos!”. A borboleta é o símbolo da escola azul verde e branca de São Conrado, na zona sul do Rio.

Na concentração a aposentada Eliana Maria de Oliveira Silva, que há 20 anos está na Rocinha, desde que a escola era apenas um bloco, disse que está feliz por voltar para a Marquês de Sapucaí. "Nós viemos da Intendente [onde desfilam as escolas da Série B] e nem esquentamos chão lá. Foi uma experiência", disse.

Ogum

Na sequência dos desfiles veio a Alegria da Zona Sul, escola das comunidades Cantagalo, Pavão e Pavãozionho. A vermelho e branco de Copacabana, na zona sul do Rio, levará para a avenida o enredo Ogum. Com ele, o carnavalesco Marco Antônio Falleiros, que voltou à agremiação neste ano, vai mostrar a força do orixá guerreiro. A terceira a desfilar é a Porto da Pedra, escola de São Gonçalo, município da região metropolitana do Rio e que está na passarela neste momento. Na vermelho e branco, o carnavalesco Jaime Cezário resolveu fazer uma homenagem a um grande palhaço do Brasil: Palhaço Carequinha: Paixão e Orgulho de São Gonçalo. Tá Certo ou Não Tá?.

Logo depois será a vez da Santa Cruz , a escola da zona oeste, vai defender o meio ambiente no enredo Diz Mata! Digo Verde. A Natureza Veste a Incerteza, e o Amanhã? (O Clamor da Floresta) desenvolvido pelos carnavalescos Lucas Pinto, Lane Santana e Munir Nicolau.

Para facilitar a ida dos componentes para a avenida, a escola informou no seu site, que mais uma vez, fez um acordo com a SuperVia, concessionária de trens do Rio, que botou um trem à disposição deles, com partida na estação de Santa Cruz e apenas uma parada em Campo Grande, em direção a Estação da Central do Brasil, que fica perto da Passarela do Samba. Para a volta, o trem partirá às 2h30.

 Terra abençoada desflorando a mata virgem (Cristina Índio do Brasil/Agência Brasil)

Os desfiles da série A das escolas de Samba do Rio começam hoje na Marques de Sapucaí com a apresentação de sete agremiações Cristina Índio do Brasil/Agência Brasil


União entre os povos

Apostando na volta ao grupo especial, a Unidos do Viradouro, escola de Niterói, também na região metropolitana do Rio, vai desenvolver na avenida o enredo O Alabê de Jerusalém: A Saga de Ogundana. O enredo baseado na canção do compositor Altay Veloso, explica que Ogundana era contemporâneo a Jesus Cristo e o seu principal objetivo era “a união entre os povos através do que há em comum entre eles, independente de suas diversidades”.

No fim do texto de apresentação do enredo a escola clama: “Que os tambores ronquem por essa doce entidade que, com delicadeza, respeito e alegria, vem nos falar sobre solidariedade, tolerância, união e harmonia.

A Renascer de Jacarepaguá, outra agremiação da zona oeste, será a sexta escola na Marquês de Sapucaí e pretende levantar o campeonato com o enredo Ibejis- Nas Brincadeiras de Crianças: Os Orixás que Viraram Santos no Brasil, que vai saudar Cosme e Damião e não faltará doces nas alegorias. Vai ainda lembrar de brincadeiras como as cirandas, a cabra-cega e pede futuro para o bê-a-bá.

 Terra abençoada desflorando a mata virgem (Cristina Índio do Brasil/Agência Brasil)

O julgamento das escolas de samba será feito por 36 juradosCristina Índio do Brasil/Agência Brasil

Para fechar o primeiro dia de desfiles da Série A, estará na avenida a Império da Tijuca. O ator e diretor José Wilker será o grande homenageado com o enredo O Tempo Ruge, a Sapucaí É Grande e o Império Aplaude o Fenomenal!. A escola vai lembrar os grandes momentos da carreira do artista.

Regulamento

De acordo com o regulamento do grupo, as escolas só podem desfilar com quatro alegorias e não é permitido o uso de tripés e quadripés, que costumam ser usados pelos carnavalescos para separar setores e facilitar na apresentação do enredo. Cada agremiação tem o tempo mínimo de 45 minutos e máximo de 55 minutos para chegar até a Praça da Apoteose, setor que representa o fim da Passarela do Samba.

O julgamento será feito por 36 jurados divulgados pela Liesa e pela Empresa de Turismo do Município do Rio (Riotur), que são divididos por quatro para cada quesito. As notas podem variar entre 9 e 10 para os quesitos: samba-enredo; bateria; mestre-sala e porta-bandeira; comissão de frente; enredo; fantasias; alegorias e adereços; evolução; e harmonia.

O anúncio da campeã será feito na quarta-feira de Cinzas (10), depois da apuração das notas na Praça da Apoteose.

Ordem dos desfiles de sexta-feira (5)

21h45 – Rocinha
Entre 22h30 e 22h40 – Alegria da Zona Sul
Entre 23h15 e 23h35 – Porto da Pedra
Entre 0h e 0h30 – Santa Cruz
Entre 0h45 e 1h25 – Viradouro
Entre 1h30 e 2h20 – Renascer de Jacarepaguá
Entre 2h15 e 3h15 – Império da Tijuca

Ordem dos desfiles de sábado (6)

21h45 – União do Parque Curicica
Entre 22h30 e 22h40 – Paraíso do Tuiuti
Entre 23h15 e 23h35 – Inocentes de Belford Roxo
Entre 0h e 0h30 – Império Serrano
Entre 0h45 e 1h25 – Caprichosos de Pilares
Entre 1h30 e 2h20 – Unidos de Padre Miguel
Entre 2h15 e 3h15 – Cubango



Desfile da escola de samba carioca Acadêmicos da Rocinha