Festival interativo de arte eletrônica atrai público na Avenida Paulista

Publicado em 23/07/2016 - 18:34 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

São Paulo - Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, no Centro Cultural Fiesp, convida os espectadores para experimentar mistura da arte eletrônica com a arte contemporânea (Rovena Rosa/Agência Brasil)

São Paulo - Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, no Centro Cultural Fiesp, convida os espectadores para experimentar mistura da arte eletrônica com a arte contemporânea (Rovena Rosa/Agência Brasil)Rovena Rosa/Agência Brasil

Um imenso túnel feito com fita adesiva transparente foi instalado próximo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista. A decoração é a grande atração da 17ª edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File). A obra, chamada Tape São Paulo, é dos artistas Sven Jonke, Christoph Katzler e Nikola Radeljkovic e tem atraído multidões de pessoas e divertido crianças, jovens, adultos e até idosos.

Para entrar na Tape São Paulo, o público enfrenta uma fila que pode durar até uma hora no interior do File. Não há contraindicação: os visitantes da Tape precisam apenas tirar os sapatos e objetos pontiagudos para escorregar pelos túneis feitos com fita adesiva resistente, capaz de suportar o peso de quatro ou cinco pessoas por sessão. 

Esta não é a única instalação que tem atraído a curiosidade dos visitantes. O festival, que este ano chega a sua 17ª edição, tem várias obras interativas. Outra que tem gerado filas grandes é a Be Boy Be Girl, dos holandeses Frederik Duerinck e Marleine van der Werf, uma instalação multissensorial na qual o visitante usa um óculos especial para ser transportado a um cenário de uma praia no Havaí e experimenta sensações que envolvem não somente a visão, mas também a audição, o tato e o olfato. Há também uma imensa parede onde são projetadas diversas imagens, obra do artista japonês Norimichi Hirakawa. As pessoas aproveitam as imagens coloridas para posarem em selfies. E além destas, há ainda muitos games, animações e videoartes.

“Estamos há 17 anos com este evento e há 14 anos aqui na Fiesp. O que tem acontecido é que cada vez está tendo um aumento do público”, disse Ricardo Barreto, um dos organizadores do File. Só na primeira semana de exibição, por exemplo, a exposição já atraiu 11 mil pessoas. 

O tema do festival deste ano é Venha Passar do Limite. “A proposta é essa brincadeira de sair da galeria. Quando fizemos essa escultura e arquitetura [a obra Tape], nós passamos do limite da galeria”, disse o organizador.

Para Barreto, a exposição é uma expressão da época atual. “Estamos em uma época de boom da revolução digital. Todo mundo agora tem seu celular, e está ligado na rede. Tudo isso fez com que as pessoas tivessem uma necessidade de estarem ligadas na cultura dessa proposta. E o File é a expressão dessa cultura.”

Impressões

A reportagem visitou a exposição na tarde de quinta-feira (21). Uma grande fila estava formada do lado de fora da entrada do festival. Do lado de dentro, diversas pessoas se divertiam e usavam seus celulares para registrar as cores e toda a interatividade do File.

A aposentada Juracema Bragaglia, 76 anos, participou Junto com o neto, ela contou que está adorando a exposição. “Estou achando fantástico esse mundo virtual. Nunca tinha vindo e, no meu tempo, a gente não se interessava muito porque não existia nada disso. Mas ele [o neto] sabe tudo e está até me ensinando. Estou emocionada de ver a evolução e a tecnologia”, disse ela. “E agora quero ir na praia”, brincou ela, sobre a obra Be Boy Be Girl.

A empresária Ana Valença, 46 anos, também aproveitou um momento de folga para levar suas duas sobrinhas para a exposição. Elas enfrentaram uma fila para entrar na exposição de  aproximadamente uma hora e meia. “Mas valeu a pena”, disse Ana. Uma das instalações de que ela mais gostou foi a Tape. “Achei o máximo. Adoramos. Em princípio fiquei com um pouco de medo porque deu a sensação de que iria arrebentar. Mas depois, quando você se entrega, é super divertido.”

Uma de suas sobrinhas, Ana Carolina Valença, 14 anos, também gostou muito do festival. “Estou achando sensacional. Nunca tinha passado por uma experiência assim. É diferente ver as coisas se mexendo na sua frente. É incrível.”

O técnico em informática Carlos Alberto Boarroli, 46 anos, esteve no File com a namorada e o filho dela. Eles só conseguiram entrar após esperar duas horas na fila. Apesar disso, ele contou ter gostado da exposição. “Estou achando legal, interessante”, falou à reportagem.

O festival, que começou na terça-feira (12), termina no dia 28 de agosto, com entrada gratuita.



Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, em São Paulo

Edição: Valéria Aguiar

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