Governo do Rio anuncia a reabertura de mais duas bibliotecas parque

Publicado em 19/02/2018 - 18:04 Por Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Fechadas em 2016, em meio à crise financeira do estado do Rio de Janeiro, as bibliotecas parque começaram hoje (19) a ser reabertas. A unidade da Rocinha foi reinaugurada nesta manhã, e o governo anunciou que, até o início de maio, mais duas devem voltar a funcionar.

Inspirada no modelo de Medellín e Bogotá, na Colômbia, cujo objetivo é levar cultura a áreas de risco, a Biblioteca-Parque da Rocinha completa quatro anos de atividades

Inspirada no modelo de Medellín e Bogotá, na Colômbia, a Biblioteca-Parque da Rocinha voltou a funcionarCaru Ribeiro/Biblioteca-Parque da Rocinha

Até o dia 29 de março, segundo o secretário estadual de Cultura, Leandro Monteiro, o governo vai reabrir a biblioteca de Manguinhos, na zona norte. A unidade do centro da cidade, na Avenida Presidente Vargas, deve voltar a receber usuários até o início de maio.

Ainda não há previsão para a reabertura da Biblioteca Parque do Complexo do Alemão, e a unidade de Niterói foi municipalizada em 2017 para continuar recebendo frequentadores.

O investimento para manter as bibliotecas parques funcionando será de R$ 1,7 milhão por mês. De acordo com o secretário, os recursos ficaram disponíveis com o aumento da arrecadação estadual neste ano.

Inicialmente, 30 servidores que estavam lotados na sede da Secretaria Estadual de Cultura foram deslocados para atender ao público entre 8h e 17h. Por meio de uma licitação, o governo contratará uma empresa privada para gerir esse serviço, permitindo o retorno dos servidores a seus locais de origem. O processo deve durar no máximo 30 dias, segundo Monteiro, e atenderá a todas as unidades da rede estadual.

A reabertura da Biblioteca Parque da Rocinha foi marcada por críticas do secretário e do governador, Luiz Fernando Pezão, à prefeitura do Rio. Em outubro, após a série de confrontos que levou a uma operação integrada das polícias estaduais com as Forças Armadas, o prefeito Marcelo Crivella chegou a anunciar que assumiria a biblioteca. Pezão afirmou que colocou a unidade à disposição da prefeitura, mas nada foi feito.

“Me pediram, e eu entreguei. Daquilo que entregamos, até hoje, demorou seis meses, e ninguém fez nada. Então, nós vamos fazer”, disse o governador.

Inaugurada em 2012, a Biblioteca Parque da Rocinha já fez 14 mil empréstimos de livros e emitiu 5 mil carteirinhas de usuários. Até ser fechada, em 2016, 145 mil visitantes passaram por seus cinco pavimentos, construídos na Estrada da Gávea, no interior da favela.

De acordo com informações disponibilizadas pela Secretaria Estadual da Cultura, as bibliotecas parque do Rio são inspiradas em modelo criado em Medellín e Bogotá, na Colômbia. São “espaços criados em áreas de risco para oferecer aos usuários acesso imediato e fácil à informação”. A atuação inclui “ambiente de convivência e convergência na comunidade, contribuindo para a diminuição da violência e para a inclusão social”.

Prefeitura do Rio

A respeito das críticas do governador Pezão ao prefeito Marcelo Crivella, de que não teria enviado os recursos prometidos para reabrir a Biblioteca Parque da Rocinha, a Secretaria Municipal de Cultura enviou nota à Agência Brasil na qual alega que o estado não cumpriu o primeiro passo para municipalização do equipamento, que seria a prestação de contas de convênio entre os dois Entes, encerrado em 31 de dezembro de 2016.

Ainda de acordo com a secretaria, o processo de municipalização iniciado em 29 de novembro, após ofício entre as secretarias muncipal e estadual de Cultura, já previa a necessidade de prestação de contas. Sobre a Biblioteca Parque de Manguinhos, a secretaria informa também que a municipalização do equipamento não estava incluida na tratativa inicial e que a inclusão foi recusada após solicitação da Secretaria Estadual de Cultura.

Matéria atualizada às 18h55 para incluir nota enviada pela Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

Edição: Davi Oliveira

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