logo Agência Brasil
Direitos Humanos

Justiça do Amazonas afasta prefeito de Coari

Adail Pinheiro está preso sob a acusação de chefiar quadrilha que
Da Agência Brasil*
Publicado em 14/03/2014 - 17:00
 - Atualizado em 14/03/2014 - 18:17
Brasília
coari.jpg
©

O desembargador Rafael de Araújo Romano, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), determinou que o prefeito de Coari (AM), Adail Pinheiro (PRP), e mais cinco pessoas sejam afastadas dos cargos que ocupam na prefeitura. Pinheiro está preso desde o mês passado por ser acusado de chefiar uma quadrilha que explorava sexualmente crianças e adolescentes. Após a prisão dele, o vice-prefeito, Igson Monteiro (PMDB), assumiu o comando da prefeitura. Com a decisão judicial, se for solto, Adail Pinheiro não poderá reassumir as funções no Executivo local.

De acordo com a decisão do magistrado, os acusados devem ser afastados dos cargos porque há indícios de que utilizavam a máquina pública para cometer os crimes. “Além da utilização da máquina estatal, com o manejo de bens públicos, inclusive recursos financeiros do município, os servidores, firmados em privilegiada situação, porquanto titulares de cargos de chefia do poder daquele município, supostamente aliciavam menores para que mantivessem relações sexuais com o denunciado Manoel Adail Pinheiro. Não existe um denunciado sequer que não tenha sido acusado de se valer do cargo público ocupado para incorrer nas supostas práticas delituosas”, afirmou.

O prefeito é réu em pelo menos 70 processos que tramitam na Justiça do Amazonas. Os processos estão parados à espera de julgamento, suscitando a hipótese de ele estar sendo beneficiado por juízes. Em 2006, a Polícia Federal passou a investigá-lo devido a indícios de desvio de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

As denúncias de pedofilia começaram a aparecer no decurso dessas investigações em escutas telefônicas judicialmente autorizadas. As investigações culminaram na chamada Operação Vorax, cujo relatório foi divulgado em 2008. Desse relatório resultou a prisão de Pinheiro, em 2009. Em agosto de 2013, Pinheiro chegou a prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes da Câmara dos Deputados.

Adail Pinheiro nega as denúncias. Em nota divulgada no final de janeiro,  ele disse ser alvo de calúnia e difamação.