logo Agência Brasil
Direitos Humanos

Violência em protesto foi lamentável, reconhece governador do Paraná

Da Agência Brasil
Publicado em 08/05/2015 - 19:23
Brasília

O governador do Paraná, Beto Richa, divulgou nota hoje (8), por meio do Facebook, sobre a ação policial durante manifestação de servidores, a maioria professor, no dia 29 de abril, em Curitiba. No comunidado, ele avaliou que a violência policial na repressão ao ato foi  “lamentável sob todos os lados”. A ação da polícia durante o protesto deixou cerca de 200 manifestantes feridos. Eles protestavam contra alterações na Previdência estadual.

Hoje, mais de uma semana depois do episódio, foi a primeira vez que o governador paranaense se manifestou publicamente sobre o episódio. Na nota, ele destacou a troca de secretários do governo, sem citar nomes. Os secretários de Segurança Pública, Fernando Francischini, e de Educação, Fernando Xavier, pediram demissão. O comandante-geral da Polícia Militar (PM), Cesar Vinicius Kogut, também pediu exoneração do cargo.

O governador diz na nota que está sofrendo com o episódio e ressaltou que “toda e qualquer forma de violência deve ser repudiada”. “A verdade é que o confronto nunca é desejável. Principalmente para quem, como eu, cultiva valores éticos e cristãos. Sempre acreditei que o respeito às ideias divergentes é um dos pilares da democracia e não posso concordar jamais com atitudes que coloquem em risco a vida de alguém. Venham de onde vier, a violência e a intolerância são sempre condenáveis.”

Richa pediu “humildemente a compreensão” da população paranaense e defendeu as mudanças na Previdência, que motivaram os protestos. “Para que você tenha uma ideia, mesmo com a mudança, o estado vai continuar gastando R$ 380 milhões por mês com o pagamento de 106 mil aposentados e pensionistas. Já a contribuição dos servidores continuará sendo de R$ 75 milhões por mês.”

O projeto aprovado pela Assembleia Legislativa, durante o protesto, e sancionado pelo governador 24 horas depois, tira 33 mil aposentados com mais de 73 anos do Fundo Financeiro, sustentado pelo Tesouro estadual, que está deficitário, e os transfere para o Fundo de Previdência estadual, pago pelos servidores e pelo governo, e que está superavitário.

A medida, segundo o governo, vai gerar economia de R$ 125 milhões mensais aos cofres públicos. Os professores são contra e argumentam que a iniciativa compromete a saúde financeira do fundo, que terá de pagar mais do que arrecada, prejudicando a aposentadoria dos servidores para “salvar as contas do governo”.

“Não pouparei esforços para restabelecer o diálogo com os servidores e com a sociedade paranaense, porque é nisso que eu acredito, no entendimento, na busca do bem comum”, disse Richa.