CNI cobra compromisso com ajuste fiscal para redução de juros
O Brasil precisa consolidar o ajuste fiscal para permitir que os juros sejam reduzidos, informou hoje (21) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a entidade, a manutenção da taxa Selic – juros básicos da economia – em 14,25% ao ano era esperada pela indústria e somente a contenção dos gastos públicos poderá acabar com a recessão.
De acordo com a CNI, não faria sentido o governo continuar a aumentar os juros básicos porque a política monetária sozinha não consegue mais controlar a inflação.
“Um eventual aumento da taxa no cenário atual seria ineficaz para o controle da inflação e teria consequências devastadoras para a economia, com o aumento dos juros da dívida pública e o agravamento das dificuldades das empresas”, destacou o comunicado da entidade.
Na avaliação da entidade, a inflação continua alta por causa dos reajustes dos preços administrados, da desvalorização do real frente ao dólar e da deterioração das expectativas dos empresários.
Para a confederação, somente o ajuste fiscal pode fazer a economia brasileira se recuperar. “Embora a política monetária deva se manter vigilante, o país precisa consolidar o ajuste fiscal para controlar a dívida pública e criar um ambiente compatível com a queda nos juros. Sem o ajuste fiscal, a economia seguirá em recessão”, destacou o texto.
Além do compromisso do governo com o ajuste fiscal, a CNI cobrou medidas que melhorem a competitividade das empresas e estabeleçam condições para retomada do crescimento. “Definir e implementar essa agenda é fundamental para recuperação da confiança dos empresários e consumidores e a futura redução dos juros”, concluiu a nota da entidade.