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Economia

Volume e dólar valorizado ajudaram agronegócio em 2015, avalia secretária

Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 11/01/2016 - 16:09
Brasília

Apesar da queda no valor das exportações e no superávit do agronegócio em relação a 2014, o volume embarcado e o dólar valorizado deram fôlego ao setor em 2015, avalia a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Tatiana Palermo. Segundo dados divulgados hoje (11), as exportações agrícolas ficaram em US$ 88,2 bilhões em 2015, valor 8,8% inferior ao registrado em 2014.

O motivo da queda foi o recuo nos preços das principais commodities (produtos básicos com cotação internacional) agrícolas vendidas pelo Brasil. O volume embarcado, no entanto, evitou um recuo mais acentuado no valor exportado.

No caso de alguns produtos, o total vendido ao exterior foi recorde anual. É o caso da soja em grão, com 54,3 milhões de toneladas; do milho, com 28,9 milhões de toneladas e da celulose, com 11,9 milhões de toneladas; do café verde, com 2 milhões de toneladas e do frango in natura, com 3,9 milhões de toneladas.

Tatiana Palermo atribuiu o bom desempenho desses e de outros itens ao esforço do ministério na abertura de mercados em 2015. Ela destacou que o dólar foi um fator favorável aos exportadores. “[Por causa do dólar em alta] a atividade exportadora continuou sendo remuneradora, mesmo com a alta do preço dos insumos importados”, comentou.

De acordo com informações do ministério, em 2015, feita a conversão do câmbio, os exportadores brasileiros receberam R$ 299 bilhões. O montante supera o faturamento de R$ 217 bilhões em moeda nacional em 2013, ano com recorde de valor vendido em dólares. Para Tatiana Palermo, dado o cenário adverso da economia, os resultados da balança do agronegócio foram positivos.

“A queda foi muito menor que a de outros setores [que compõem a pauta de exportações brasileiras]. Nós amenizamos a queda da balança comercial como um todo e também conseguimos superávit em tempos muito difíceis. Isso em um tempo de desaceleração da economia mundial e da China em particular”, disse a secretária.

A balança comercial do agronegócio encerrou 2015 com superávit de US$ 75,1 bilhões. Houve queda de 6,24% em relação ao saldo positivo de US$ 80,1 bilhões conquistado em 2014. Tatiana Palermo destacou que, sem os produtos do agronegócio, a balança comercial brasileira teria tido déficit de US$ 55,4 bilhões, em vez de superávit de US$ 19,6 bilhões em 2015.

No ano passado, os produtos do agronegócio brasileiro responderam por 46,2% do total exportado pelo país. A participação na pauta de exportações foi recorde. No ano passado, havia ficado em 43% e, em 2013, em 41,3%. De acordo com a secretária de Relações Internacionais, a ideia é ampliar essa participação em 2016, continuando a política de abertura de mercados.

“Em 2016, esperamos recuperação no valor e volume exportado de carne bovina, pois abrimos mercado na China, Arábia Saudita, Rússia”, disse. Segundo ela, a expectativa é a ampliação em 2% do valor total exportado da pauta agrícola em relação a 2015. A secretária informou que o ministério tem algumas ações em perspectiva para este ano, como viagens à China e à Índia e negociações para abertura do mercado da Coreia do Sul à carne suína brasileira.