Cresce participação de mulheres no mercado de trabalho em Brasília
Apesar de o desemprego ter aumentado no Distrito Federal, a participação das mulheres no mercado de trabalho cresceu. Além disso, mesmo recebendo salários mais baixos do que os homens, o rendimento das mulheres cresceu e, em 2015, alcançou o maior patamar da história.
Essas são conclusões da Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal, feita pela Secretaria de Estado do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, em parceria com a Codeplan, o Dieese e o Ministério do Trabalho.
A pesquisa foi divulgada hoje (3), em Brasília, e os indicadores sobre a inserção feminina no mercado de trabalho foram comparados com os números de 2012, último ano em que foi realizada a pesquisa. Aproximadamente 96 mil pessoas foram entrevistadas em todas as regiões administrativas do Distrito Federal.
De 2012 a 2015, 42 mil mulheres entraram no mercado de trabalho; 28 mil conseguiram colocação, o que elevou em 14 mil o número de mulheres desempregadas. Em relação aos homens, dos 46 mil que entraram no mercado de trabalho, 16 mil conseguiram empregos, enquanto 29 mil ficaram desempregados.
Apesar do crescimento no número de homens desempregados, o presidente da Codeplan, Lúcio Rennó, ponderou que, em 2012, a cidade viveu um momento excepcional em relação à construção civil, com as obras da Copa, o que acabou por empregar muitos homens. Segundo Rennó, a taxa de desemprego masculino em 2012 dificilmente se repetirá.
A taxa de desemprego feminina sempre foi maior do que a masculina. Entre 2012 e 2015, apesar de o desemprego ter aumentado tanto para homens quanto para mulheres, a diferença entre ambos diminuiu. Em 2012, havia 106 mil mulheres desempregadas e 72 mil homens. Em 2015, os dados foram de 120 mil e 101 respectivamente. Se em 2012 havia 34 mil mulheres desempregadas a mais do que homens, em 2015 a diferença caiu para 19 mil.
Quanto ao rendimento médio, apesar de as mulheres terem conquistado um aumento maior (3,3%) do que os homens (1,6%), os salários delas são mais baixos e representam, em média, 75% dos salários deles. De acordo com o documento, na comparação entre 2012 e 2015 atingiu-se a menor diferença entre os rendimentos de homens e mulheres, desde que a pesquisa começou a ser feita.
São Paulo
A taxa de participação de mulheres e de homens no mercado de trabalho da região metropolitana de São Paulo manteve-se estável. Passou de 55,1% em 2014 para 55,4% em 2015. O mesmo ocorreu com os homens, com a taxa passando de 70,5% para 70,8%, conforme indica o boletim Mulher & Trabalho, elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), divulgado hoje (3), na capital paulista.
Segundo os dados, a taxa de desemprego de mulheres cresceu ao passar de 12,2% para 14,3% entre 2014 e 2015. Segundo a pesquisa, houve também crescimento no desemprego entre as mulheres chefes de família, de 8,3% para 10 % no mesmo período. A proporção feminina na População Economicamente Ativa é a menor entre o total de ocupados (46%) e a maior entre os desempregados (50,5%).
Em 2015, o nível de ocupação diminuiu para as mulheres com queda de 0,8% e a eliminação de 33 mil ocupações. Isso refletiu nas reduções registradas na indústria (-6,3%) e serviços (-1,6%), não compensados pelas elevações na construção (11%) e comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (7%). No setor de serviços, que emprega 70,3% das mulheres ocupadas, todos os ramos tiveram retração. O subsetor de serviços domésticos caiu 5,1%.
A pesquisa indica que entre as assalariadas houve variação positiva daquelas com carteira assinada (4%) e diminuíram aquelas que exerciam as atividades no setor público (-2,7%). As assalariadas no setor privado sem carteira assinada caíram 7,9%, seguidas pelo emprego doméstico (5,1%), principalmente as mensalistas. O trabalho autônomo aumentou 7,9%. Esse desempenho foi acompanhado de pequena elevação das assalariadas no setor privado com carteira assinada de 51,1% em 2014 para 51,7% em 2015, e de autônomas de 11,3% para 12,3%.
De acordo com o boletim, em 2015 o rendimento médio real das mulheres ocupadas na região metropolitana de São Paulo era R$ 1.667, enquanto a dos homens chegava a R$ 2.245. O rendimento médio por hora das mulheres diminuiu 6%, caindo para R$10,25. O dos homens passou para R$ 12,20.