Governo de SP recorrerá contra liminar que veta reajuste de tarifa de ônibus
O governo de São Paulo informou que vai recorrer da liminar do Tribunal de Justiça paulista que suspendeu - na última sexta-feira (6) - o reajuste nas tarifas de integração entre ônibus e trilhos em São Paulo. Como o governo não foi notificado da decisão judicial, o aumento está em vigor desde ontem (8) para os passageiros na Grande São Paulo.
Segundo o secretário estadual de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, o governo estadual ainda não foi notificado e assim que receber a notificação vai avisar as empresas e recorrer imediatamente.
“Acreditamos que a medida é mais acertada e que a politica tarifária nesse momento é a melhor, porque vai abranger maior número de usuários que não sofrerão nenhum tipo de aumento. Vale destacar que, mesmo metade das pessoas que usam integração, pagam com o vale-transporte, que é pago pelo empregador. Somando as gratuidades, temos cerca de 70% do sistema não sofrendo nenhuma majoração”.
A integração foi reajustada de R$ 5,92 para R$ 6,80. Está valendo também a cobrança da taxa de integração nos terminais metropolitanos, que antes era gratuita, e passou a ser cobrada em valores que variam de R$ 1 a R$ 1,65. Os passageiros que ainda têm saldo nos cartões pagam o valor antigo nas catracas, mas quem comprou bilhetes a partir de ontem já pagou o preço reajustado.
Preço injusto
Segundo a decisão do juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, manter o preço da tarifa básica do transporte público na capital, congelada em R$ 3,80, mas elevar o preço da integração (ônibus com o metrô ou o trem), é injusto.
"A medida é mais benéfica a quem reside em locais mais centrais e se utiliza apenas do Metrô, cuja tarifa básica foi mantida, mas revela-se gravosa a quem reside em locais mais distantes e se utiliza do trem e do Metrô, cuja tarifa integrada foi aumentada acima da inflação” disse.
Em São Paulo, a administração de ônibus é da prefeitura, enquanto o governo estadual responde pelo Metrô e pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
O governador Geraldo Alckmin ressaltou que, apesar da inflação de 6,5% nos últimos doze meses, a tarifa ainda não havia sido reajustada.