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Economia

Dyogo Oliveira assume presidência do BNDES e defende reinvenção do banco

Ele defendeu a atuação do banco em áreas em que não há financiamento
Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 09/04/2018 - 13:07
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - O novo presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, discursa na cerimônia de posse (Marcos Corrêa/PR)
© Marcos Corrêa/PR
Rio de Janeiro - O presidente Michel Temer participa da cerimônia de posse do novo presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira (Marcos Corrêa/PR)

O presidente  Michel  Temer dá posse ao ex-ministro  Dyogo  Oliveira na presidência do BNDES  Marcos  Corrêa/PR

Ao tomar posse nesta segunda-feira (9), o novo presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, destacou os resultados obtidos com as reformas econômicas promovidas pelo governo. O ex-ministro do Planejamento, disse que é preciso reinventar o BNDES, dando mais corpo e velocidade às mudanças feitas últimas duas gestões.

"Vamos reinventar o BNDES, para que continue a ser o que sempre foi, o maior promotor do desenvolvimento do Brasil", afirmou Dyogo Oliveira. Ele prometeu que o BNDES tratará quem bate à sua porta, não como beneficiário, e sim como cliente, que "merece ser recebido e atendido com rapidez e eficiência".

Dyogo Oliveira defendeu a atuação do banco em áreas em que não há recursos de financiamento disponíveis e ressaltou que a instituição deve atuar, não como um competidor no mercado, mas um parceiro. "Na era do juro baixo, o BNDES será diferente. Não será nem maior, nem menor. Será diferente, será mais importante", disse ele, que também defendeu a proatividade na elaboração de projetos.

O ex-ministro do Planejamento abriu o discurso destacando a recuperação da economia, lembrando que o governo teve início em um cenário de inflação alta, juros altos, desemprego e descrédito internacional.  "Recebemos um país no fundo do poço, no fundo do poço mais fundo, onde o Brasil nunca tinha estado. A maior e mais prolongada crise da nossa história", afirmou Dyogo, destacando que o país entra agora em um ciclo de crescimento que deve durar de oito a 12 anos pelo menos.

Ao tomar posse, em cerimônia na sede do banco, no Rio de Janeiro, Dyogo Oliveira, que foi ministro durante 23 meses, agradeceu a confiança do presidente MIchel Temer, e homenageou parentes. Além do presidente Temer, participaram da solenidade o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, e os interinos da Fazenda, Eduardo Guardia, do Planejamento, Esteves Colnago, do Esporte, Fernando Avelino, e do Trabalho, Helton Yomura. O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles também assistiu à cerimônia, assim como o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e o senador Romero Jucá (MDB).

Novo tempo

Ao deixar a presidência do BNDES, o economista Paulo Rabello de Castro disse que a instituição vive "um novo tempo", depois de de ter enfrentado a falta de apoio da opinião pública, acusações e duas comissões parlamentares de inquérito (CPIs) no ano passado. Ele destacou também a recuperação da economia do país.

"Repito, sem preocupação de errar, que ao BNDES se deve tudo que de bom, mais produtivo e sustentável ocorreu na trajetória do nosso progresso social nos últimos 60 anos", afirmou Rabello. Ele pediu à diretoria do BNDES que recepcione com "fé e entusiasmo" o novo presidente.

O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o crescimento da demanda por bens de capital por parte das empresas, e por bens duráveis por parte das famílias, sinaliza mais confiança na economia brasileira. "Vivemos agora um ciclo longo de crescimento, em vez de um ciclo como o do passado que era criado por bolhas de consumo", afirmou Meirelles. Ele defendeu as reformas promovidas pelo governo como uma mudança de direção na economia brasileira. "A extensão das mudanças é imensa. O impacto dessas medidas ainda não foi totalmente avaliado e percebido, mas ficará explícito com o passar do tempo."

Rabello de Castro e Meirelles deixaram os cargos na última semana para cumprir o prazo de desincompatibilização (seis meses) necessário para disputar as eleições de outubro.