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Economia

Reformas têm de continuar para inflação permanecer baixa, diz Goldfajn

Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/06/2018 - 14:01
Brasília
 O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, dá entrevista coletiva sobre a condução da política monetária.
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou hoje (28), em Brasília, que a continuidade das reformas na economia brasileira é essencial para manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos.

Segundo Goldfajn, as reformas, como a da Previdência, vão ajudar também na redução dos juros e na recuperação sustentável da economia.

 O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, dá entrevista coletiva sobre a condução da política monetária.
Reformas como a da Previdência vão ajudar na redução dos juros e na recuperação sustentável da economia, diz o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Goldfajn destacou que um dos riscos acompanhados pelo BC era o de frustração nas expectativas sobre a continuidade das reformas e disso ser intensificado por um choque externo (alta do dólar). “Afirmamos que não poderíamos contar com o cenário externo benigno pra sempre. Sabíamos que as condições nas economias avançadas, especialmente a dos Estados Unidos, iam se normalizar. Esse último risco se intensificou”, disse.

O outro risco acompanhado pelo Banco Central era de a inflação ficar abaixo da meta. Segundo o presidente da instituição, esse risco “diminuiu significativamente”.

Hoje, o BC divulgou o Relatório de Inflação, com projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,2%, neste ano.

Sobre os efeitos da greve dos caminhoneiros na economia e na inflação, Goldfajn disse que devem ser temporários, mas o BC avalia a evolução do cenário. “Vamos acompanhar os dados para ver se haverá algum impacto perene [duradouro] ao contrário do que o nosso cenário básico diz”, afirmou Goldfajn.

Goldfajn acrescentou que nos próximos meses haverá “dificuldade maior” para analisar os dados sobre a economia por estarem “contaminados” pelos efeitos da greve dos caminhoneiros.

Ele disse ainda que, ao definir a taxa básica de juros, a Selic, o BC não olha somente as projeções para a inflação divulgadas no relatório de hoje, mas uma “gama ampla de informações” sobre os preços e a atividade econômica, “sabendo que no curto prazo vários desses dados vão ser contaminados pelo choque que a economia sofreu com a greve de transportes”.

O presidente do BC reforçou que o momento de incertezas sobre a economia não permite indicar os próximos passos na definição da taxa básica de juros, a Selic. “Não é obrigatório sempre ter uma indicação futura, depende apenas do grau de incerteza que a situação coloca.”

Câmbio

Goldfajn destacou que o BC continuará a acompanhar o mercado de câmbio, oferecendo liquidez (recursos disponíveis) ao mercado com todos os instrumentos que forem necessários. Ele reforçou que a política monetária e cambial são separadas, sem “relação mecânica” entre elas.

Em momento de alta do dólar, o BC tem feito leilões de swap cambial (venda futura do dólar). Já fez também leilões de linha (venda com compromisso de recompra) em dois dias desta semana.