Indústria do panetone espera ampliar vendas, mesmo com farinha cara
Um dos produtos mais consumidos no período de festas natalinas, o panetone deve chegar às prateleiras dos supermercados a preços mais salgados sob o efeito da pressão cambial sobre a principal matéria-prima, o trigo. Independentemente, disso, no entanto, os empresários do setor acreditam que a demanda interna continuará aquecida e acenam para a possibilidade de um aumento nas vendas entre 7% a 8%.
A estimativa foi apresentada hoje (18) pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), Claudio Zanão, durante a abertura da primeira edição do Salão do Panetone 2018, em um hotel da região da Avenida Paulista.
“Infelizmente, o trigo disparou em relação ao dólar, a farinha de trigo e, consequentemente, os preços vão subir, mas esperamos um crescimento entre 7% a 8%, o que ainda será muito bom”, disse o executivo. Caso essa projeção se confirme, significará uma desaceleração em relação a 2017, quando houve uma expansão de 13% (entre novembro do ano passado e janeiro deste ano),resultado classificado por Zanão como “excepcional”.
Hábito de consumo
No evento, foram apresentados dados de uma pesquisa sobre hábitos de consumo do produto, feita pela consultoria Kantar WorldPanel.
A pesquisa identificou que, a apesar de os fabricantes inovarem na diversidade de sabores, a preferência nacional ainda é pelas receitas tradicionais, que levam as frutas cristalizadas ou gotas de chocolate. Estas versões alcançaram 78,2% das vendas. Já os panetones com recheios representaram 17,4% e os sem fruta, 4,4%.
A grande procura ficou concentrada no mês de dezembro. Em 21,4% das casas pesquisadas, os moradores indicaram terem sido presenteados com esse produto.
O levantamento indicou ainda que, de novembro de 2017 a janeiro deste ano, quando foi identificada alta de 13%, 29 milhões de famílias compraram panetone, consumindo o equivalente a 39 mil toneladas, o que rendeu ao setor um faturamento de R$ 600 milhões.
A Grande São Paulo consumiu 22% da comercialização nacional. No Norte e Nordeste, as compras somaram 18% dos negócios no país, seguida da região Sul (16%), Interior de São Paulo (15%), Leste e interior do Rio de Janeiro (13%), Grande Rio de Janeiro (9%) e Centro-Oeste (8%).