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Economia

Temporada de cruzeiros marítimos injetará mais de R$ 2 bi na economia

Período da alta estação 2017/2018 tem sete navios no litoral do Brasil
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 25/10/2018 - 17:42
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - A temporada de cruzeiros começa no Rio e transatlânticos atracam no Pier Mauá, na zona portuária da cidade (Tomaz Silva/Agência Brasil)
© Tomaz Silva/Agência Brasil

A temporada 2018/2019 de cruzeiros marítimos terá impacto na economia brasileira acima de R$ 2 bilhões, considerando 15% de aumento no total de viajantes embarcados, em relação à temporada anterior de 2017/2018, disse hoje (25) à Agência Brasil o presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), Marco Ferraz. Na temporada 2017/2018, foram injetados na economia mais de R$ 1,792 bilhão, resultado11,5% superior ao do período 2016/2017, o que significa um aumento de R$ 185 milhões.

A temporada de cabotagem 2018/2019, em que os navios ficam só na costa da Argentina, Brasil e Uruguai, totaliza sete embarcações, igual número da temporada passada. Marco Ferraz destacou, porém, que os navios vão ficar mais tempo na costa brasileira. O primeiro transatlântico tem chegada ao porto do Rio de Janeiro prevista para o dia 19 de novembro próximo, e o último sairá no dia 14 de abril de 2019. “Com isso, a gente aumentou em 15% a oferta de leitos”. Para os 133 roteiros ofertados, o total de camas a serem vendidas alcança 500 mil.

Rio de Janeiro - A temporada de cruzeiros começa no Rio e transatlânticos atracam no Pier Mauá, na zona portuária da cidade (Tomaz Silva/Agência Brasil)
A temporada de cruzeiros 2018/2019 deve embarcar 470 mil viajantes, contra 418 mil do período anterior - Tomaz Silva/Agência Brasil

Deverão ser embarcados 470 mil viajantes, contra 418 mil na temporada anterior. “A estratégia de ficar mais na temporada e com mais roteiros acabou equivalendo, como se tivesse um navio a mais”, apostou Ferraz. A média por navio é de 60 mil viajantes embarcados.

Impacto

De acordo com pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para a Clia Brasil, o impacto direto, indireto e induzido de cada cruzeiristas, como são chamados os viajantes, na cidade onde aporta, é de R$ 520. Por esta conta, Ferraz disse que, se a cidade de Armação dos Búzios, na Região dos Lagos (RJ), receber 100 mil cruzeiristas, a cidade terá R$ 52 milhões de impacto devido aos navios de cruzeiro.

Na temporada anterior, o impacto econômico médio gerado por cada cruzeirista nas cidades de escala foi R$ 515.

Empregos

O presidente da CLIA Brasil revelou que, na temporada passada, foram criados 27 mil empregos. Para o período 2018/2019, devido ao aumento de 15% nos leitos ocupados, a expectativa é gerar acima de 30 mil postos de trabalho, com relação de 15 cruzeiristas para um emprego gerado, a maioria no setor de serviços.

Nos postos de origem no Brasil, isto é, de onde o navio parte, que são Santos, Rio de Janeiro e Salvador, são adquiridos comida, material de limpeza, itens de manutenção. “O impacto é muito grande na região dos portos de partida”. Todo o lixo gerado é destinado a empresas que fazem reciclagem dos materiais. Em média, são 25 caminhões de insumos e provisões que abastecem o navio em cada parada.

Mais visitados

Os portos de Santos, Rio de Janeiro e Salvador são os pontos de partida, com roteiros que vão até Buenos Aires. Ao todo, incluindo Punta del Leste e Montevidéu, no Uruguai, são 18 cidades visitadas nos três países. Como Santos é o principal porto de origem no Brasil, estão previstas 87 escalas nessa cidade. Entre as cidades mais visitadas, Marco Ferraz citou Rio de Janeiro, com 81 escalas e origens; Armação dos Búzios (RJ), com 55 escalas; Ilhabela (SP), 44 escalas; Salvador, 37; Ilha Grande (RJ), 30 escalas; e Balneário Camboriú (SC), 29 escalas.

O tíquete médio da temporada anterior de cruzeiros marítimos foi da ordem de R$ 2.200, para uma média de permanência de 6,7 dias. Esse valor por viagem e por pessoa inclui alimentação, hospedagem, transporte e entretenimento. “É um custo/benefício muito bom, ainda mais em tempos de crise, em tempos de câmbio alto”, salientou o presidente.

De acordo com a Clia Brasil, os argentinos são os turistas que mais vêm para o Brasil nos cruzeiros marítimos, seguidos dos uruguaios. Entre os turistas do Brasil, não há nenhuma idade predominante, porque todos os navios são da mesma categoria (contemporâneos). “Todas as faixas etárias se situam entre 19% e 20%”. Nos navios mais caros, de alto luxo e não massificados, a idade começa a subir.

Navios de passagem

O presidente da Clia Brasil informou que, além dos navios de temporada, há os chamados navios de passagem, que estão dando a volta ao mundo e aproveitam o Verão na América do Sul para passar pelo Brasil. “Deve ter 30 navios até o fim do Verão passando por aqui”, disse Ferraz.

Os destinos mais visitados por esses navios de passagem são Rio de Janeiro, em primeiro lugar e, na segunda posição, em disputa, Manaus e Salvador. Esses navios de oceano têm cabines de altíssimo luxo, que custam até US$ 50 mil. “Eles vão até a Região Norte do Brasil, conhecer a Amazônia”. Nesses navios de passagem, a maioria dos passageiros são norte-americanos, ingleses, alemães e franceses.