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Economia

Ministério da Economia diz que ainda não foi notificado pelo TCU

Tribunal pediu explicação sobre possível investigação de jornalista
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 07/07/2019 - 16:57
Brasília

O Ministério da Economia informou neste domingo (7) que ainda não foi notificado do pedido feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para que a pasta informe se o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) está investigando movimentações financeiras do jornalista Glenn Greenwald, do site Intercept Brasil.

Glenn Greenwald
O jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil - Arquivo/Agência Brasil

O ministro do TCU Bruno Dantas deu prazo de 24 horas para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, preste esclarecimentos ao órgão. "Nós teremos prazo para responder após a notificação. A informação que temos é que ainda não houve expedição da notificação", informou a assessoria de imprensa da pasta.

O Intercept tem divulgado trocas de mensagens atribuídas a procuradores da Lava Jato e ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, então juiz que comandava as ações da operação em Curitiba.

O despacho de Dantas foi baseado na representação do subprocurador-geral do Ministério Público de Contas, Lucas Rocha Furtado, para apurar supostas irregularidades no Coaf, que estaria verificando, a pedido da Polícia Federal, movimentações atípicas que poderiam estar relacionadas à invasão dos celulares de agentes públicos envolvidos com trabalhos da Lava Jato. “A motivação dessa investigação teria sido, mediante perseguição e abuso de poder, intimidar o jornalista”, diz o documento.

Conforme a argumentação do Ministério Público de Contas e do ministro do TCU, se confirmada, a investigação do Coaf poderia caracterizar "grave desvio de finalidade" no dispêndio de recursos públicos. “Por óbvio, isso nada tem a ver com a prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo”, diz Bruno Dantas.

No despacho, o ministro também dá 24 horas para que o presidente do Coaf, Roberto Leonel de Oliveira Lima, se manifeste.

*Colaborou Andreia Verdélio