Grupo Caoa desiste de comprar fábrica da Ford em São Bernardo do Campo
O grupo Caoa desistiu de comprar a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, São Paulo. A informação foi dada nesta segunda-feira (13) pelo governador João Doria e, posteriormente, confirmada pela companhia.
Segundo Doria, a Caoa, apesar de não concretizar a compra da planta da montadora norte-americana, deverá anunciar importantes investimentos no setor automobilístico no estado em 2020. “Não foi possível viabilizar [a venda da fábrica da Ford para a Caoa] neste caso específico, mas a Caoa deve anunciar, agora em 2020, um novo e forte investimento com fabricante chinês na indústria automobilística aqui em São Paulo”, disse Doria em entrevista coletiva.
“Não é fácil você vender uma fábrica instalada, é difícil, sob certos os aspectos. É mais fácil você motivar a implantação de uma fábrica do que a venda de uma fábrica porque ela tem que ser muito ajustada. Uma coisa é você fazer um terno, e outra é você vender o terno pronto para um número muito pequeno de potenciais usuários”, acrescentou o governador.
Em nota, o grupo Caoa confirmou a informação do governador. “A Caoa confirma que as negociações devam seguir o encaminhamento informado pelo governador Doria.”
O governador disse que a compra da fábrica da Ford está sendo estudada por dois grupos de investidores chineses. Doria não identificou os dois grupos empresariais. “Há um entendimento novo com dois fabricantes chineses, entendimentos que estão em curso, mas não temos propagado, até para que eles possam seguir com tranquilidade, sem a pressão do tempo.”
A Ford anunciou em 20 de outubro do ano passado o encerramento da produção de caminhões na fábrica de São Bernardo, após de 52 anos de funcionamento. O anúncio havia sido previamente divulgado em fevereiro e, segundo nota da montadora, está “em linha com a decisão de sair do segmento de caminhões na América do Sul”.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou, na época, que cerca de 650 funcionários da produção seriam desligados da fábrica. Aproximadamente mil trabalhadores, da parte administrativa, continuariam na fábrica de São Bernardo e seriam transferidos para uma nova sede, na capital paulista, a partir de abril deste ano.