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Economia

Pix terá pagamentos programados e troco em dinheiro

BC diz Pix viabiliza pequenos negócios
Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 16/11/2020 - 11:31
Brasília
Pix é o pagamento instantâneo brasileiro. O meio de pagamento criado pelo Banco Central (BC) em que os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia. É prático, rápido e seguro.
© Marcello Casal JrAgência Brasil

O Pix, sistema que pagamentos instantâneos, terá novas funcionalidades no futuro, como pagamentos programados e troco em dinheiro. A afirmação é do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que lançou hoje (16) a operação plena do Pix, que até ontem estava em fase de testes.

Segundo Campos Neto, o sistema permitirá o chamado cashback ( em inglês, dinheiro de volta). Ou seja, o consumidor poderá pagar uma compra em uma loja com Pix e receber o troco em dinheiro.

No evento virtual de lançamento do Pix, Campos Neto destacou que o novo sistema é democrático por levar a tecnologia a todos os lugares, e reduz os custos das operações. “O Pix é rápido, barato, seguro, transparente e aberto”, disse.

Por reduzir os custos, como, por exemplo, com transporte de dinheiro, o presidente do BC disse que o novo sistema viabiliza pequenos negócios.

Além disso, ressaltou que o sistema é seguro. “O dinheiro passa a ser rastreado, reduz várias práticas de crime como lavagem de dinheiro”, afirmou.

Troco

Em entrevista coletiva virtual, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello, disse que o pagamento com troco e o programado estarão disponíveis no primeiro semestre de 2021. Também será lançado o “Pix Garantido”, que vai funcionar como o parcelamento no cartão de crédito. 

“O Pix Garantido será irrevogável, um produto de crédito, assim como se faz com o cartão de crédito. No cartão, as compras parceladas são garantidas pelo banco emissor do cartão de crédito”, disse o diretor.

Instabilidades

O diretor de Política Monetária, Bruno Serra Fernandes, negou que tenha ocorrido instabilidade hoje (16) com o novo sistema em pleno funcionamento. “Hoje, o sistema está 100% operacional. Há um percentual pequeno de rejeição [de transferências], assim como acontece com TED e DOC”, afirmou. A rejeição pode ocorrer por erro nos dados ao tentar fazer o pagamento.

De acordo com o Banco Central, há 72 milhões de chaves cadastradas no Pix, mas é possível fazer transferência sem o cadastramento. Entretanto, o cliente terá que digitar todos os dados, como nome completo, CPF (Cadastro de Pessoas Físicas), número de conta e banco para fazer a transferência ou o pagamento pelo Pix. “A chave facilita”, disse Mello.

Imposto sobre transações digitais

Campos Neto negou que o Pix possa ser usado pelo governo para implementar tributo sobre transações digitais. “A criação do Pix não tem nada ver com nenhuma intenção de cobrar imposto, mesmo porque a estimativa é que o Pix vai chegar a 20%, 25% dos pagamentos. Se alguém quiser cobrar imposto, será sobre mais de 25%. Não é o Pix que vai fazer o imposto existir ou não. A ideia do Pix é facilitar vida das pessoas”, explicou o presidente do BC.

WhatsApp

O presidente do BC afirmou ainda que o WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas e chamadas de voz do Facebook, participará do mercado de pagamentos do Brasil “em breve”. Ele acrescentou que tem mantido conversas também com o Google.

Segundo Campos Neto, o WhatsApp vai oferecer inicialmente transferências de valores entre pessoas, o que é chamado de P2P (peer to peer, em inglês).

Observou que queria “deixar claro” que o BC estimula “todo e qualquer sistema de pagamentos que seja competitivo hoje e que será competitivo no futuro”.


* Matéria alterada às 14h47 para acréscimo de informações