Nova secretária de Educação Continuada defende avanço em direitos sociais
A nova titular da Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC), Ivana de Siqueira, tomou posse hoje (8) dizendo que está comprometida em reafirmar os direitos consolidados de diversos grupos e “evitar qualquer retrocesso”.
“Nossa ideia é de avançarmos, sempre em diálogo com diversos grupos, sem partidarismo e preocupados e focados nos direitos sociais”, afirmou a nova secretária.
Ivana ressaltou que todas as temáticas de afirmação de direitos são difíceis e encontram resistência na sociedade, mas disse que tudo será colocado em pauta pela secretaria, como, por exemplo, as questões de gênero.
"Como o caso do estupro coletivo [de uma adolescente no Rio de Janeiro], em que as próprias jovens achavam aquilo normal porque o contexto e os valores em que essas pessoas estão inseridas são valores que desqualificam a mulher, que são aceitos como coisa normal e natural. Isso passa por qualquer outra temática que estamos consolidando na nossa democracia”, destacou a secretária, ao ser questionada sobre o ensino das questões de diversidade sexual nas escolas.
Formada em psicologia, Ivana é servidora do MEC e, durante sete anos, foi chefe de gabinete da extinta Secretaria de Educação Especial. Antes disso, passou dois anos como coordenadora-geral de Desenvolvimento da Educação Especial. De 2003 a 2007, foi gerente de Projetos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Por duas vezes, foi vice-presidente do Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Até recentemente, trabalhou no Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
O trabalho da Secadi envolve a educação para a diversidade e a inclusão, com a implementação de políticas educacionais nas áreas de alfabetização e educação de jovens e adultos, ambiental, em direitos humanos, educação especial, do campo, escolar indígena, quilombola e educação para as relações etnorraciais. Trabalha ainda com questões de gênero, de diversidade sexual e combate à violência.
Desmentindo boatos de que a Secadi poderia ser extinta ou diminuída, o ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que Ivana terá a liberdade e todo o respaldo necessários para promover as “políticas públicas de inclusão, para que a educação chegue efetivamente a todos os brasileiros.”
Segundo Mendonça, o orçamento geral do MEC para este ano será de R$ 130 bilhões, dos quais R$ 500 milhões destinam-se à Secadi.