Estudantes da Ufba criam site para relatar assaltos nos campi em Salvador

Publicado em 06/12/2016 - 17:33 Por Sayonara Moreno - Correspondente da Agência Brasil - Salvador

Estudantes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) criaram um site na internet para relatar casos de assaltos nos campi da instituição em Salvador e alertar os colegas sobre possíveis riscos e locais com mais ocorrências. O site http://100assaltosnaufba.info/ exibe um relógio que mostra o número de horas e minutos sem assaltos e é zerado toda vez que um novo relato é postado.

Nos últimos dias, o número de relatos vem aumentando. Desde 1º de dezembro, sete ocorrências foram registradas no portal, totalizando uma média pouco superior a um assalto por dia, apesar de  três delas terem sido registradas ontem, de forma anônima. No início da tarde de hoje, um novo relato foi acrescentado e a contagem do tempo “sem assaltos” na instituição voltou ao início.

“Acabou de ter assalto em Dança [Instituto de Dança]”, diz um dos informes escritos por um estudante. Outros alertas aparecem com mais detalhes, como “uma amiga e eu fomos vítimas de mais um assalto dentro da faculdade! Hoje, às 14h, na biblioteca onde não tinha segurança algum por perto e o indivíduo dizia estar armado. Levou o celular e saiu na tranquilidade procurando o próximo! Até quando isso?”

No grupo da Ufba no Facebook, os estudantes comentam sobre o medo de andar nos campi e questionam a ausência de segurança. “Isso virou algo tão natural”, “Terceiro do dia” e “ Vou me surpreender quando não houver assalto em lugar nenhum”, são algumas das reações dos alunos.

A estudante de medicina, Bruna Siqueira, conta que no campus do bairro do Canela, onde estuda,  a situação não é tão grave quanto nos campi de Ondina e São Lázaro. Mas, como é membro do Diretório Acadêmico do curso, resolveu procurar a Coordenação de Segurança da Ufba . E conta que ficou surpresa pelo fato de o setor ter pouco conhecimento da quantidade de assaltos e repassou aos colegas a importância de registrar todas as ocorrências na instituição.

“[Há] uma sensação de insegurança. Conheço outras universidades onde o controle de pessoas é feito. Sei que a Ufba está pensando em controlar a entrada de carros e motos, mas isso somente não resolve, porque há assaltantes a pé”, declarou Bruna. Para ela, outra coisa que poderia ajudar “seria a cação de uma guarda universitária, porque os vigilantes da Ufba não são treinados para lidar com os nossos problemas, e a instalação de mais câmeras de segurança”.

Procurada pela Agência Brasil para falar a respeito do problema, a Ufba enviou uma nota à comunidade acadêmica dizendo que “a universidade mantém contratos de prestação de serviços de vigilância, portaria e monitoramento eletrônico de suas áreas, para os quais desembolsa recursos da ordem de R$ 38 milhões por ano, o que representa 30% de seu orçamento de custeio”.

Além disso, afirma que esse modelo de segurança “tem sido bem sucedido ao longo dos anos”.  A Ufba informou ainda que passará a monitorar a entrada de motocicletas e carros nos campi, na tentativa de amenizar o problema dos roubos.

Edição: Augusto Queiroz

Últimas notícias