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Educação

Bolsonaro faz videoconferência com escola do interior de Goiás

Presidente celebrou marca de 1 milhão de alunos conectados à internet
Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 08/05/2019 - 19:31
Brasília
O presidente Jair Bolsonaro participa de videoconferência com escola atendida pelo programa Gesac.
© Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro participou hoje (8) de uma videoconferência com professores e alunos da escola estadual Calunga I, na zona rural de Cavalcante (GO), cidade que fica a cerca de 320 quilômtros de Brasília. O local, que é de difícil acesso, recebeu a instalação de um ponto de conexão de internet do programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac), que atingiu a marca de 1 milhão de alunos atendidos por conexão banda larga.

O projeto utiliza um link com velocidade média de 10 megabytes por segundo (Mb/s) utilizando a banda do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC). Também participaram da videoconferência os ministros Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Abraham Weintraub (Educação), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além do presidente da Telebras, Waldemar Gonçalves. 

"Estamos comemorando hoje um milhão de alunos conectados. São aproximadamente três mil escolas, cerca de duas mil no Nordeste e Norte. Essas regiões estão sendo prioritárias", disse Bolsonaro. Segundo o presidente, a capacidade de conexão de internet pelo satélite é de cerca de 50 mil pontos. A expectativa da Telebras, que tem contrato com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para prestação do serviço, é conectar até 10 mil pontos de internet banda larga até o final deste ano. 

"O que acontece é que nós precisamos conectar o Brasil, temos muitos pontos escuros em termos de internet, informação. É um projeto em parceria com o MEC, para levar internet através do Satélite Geoestacionário de Defesa e Informação, em locais distantes onde não chega a internet", disse o ministro Marcos Pontes.

Segundo o presidente da Telebrás, a empresa vem explorando o satélite desde o início do ano, saltando de seis pontos de conexão para mais de 3,8 mil, em pouco mais de cinco meses. "Começamos com seis pontos e hoje estamos com 3,8 mil pontos, sendo 3,4 mil instalados em escolas", afirmou Waldemar Gonçalves. "O nosso ritmo de trabalho está num patamar mais elevado, nossa meta é 6,5 mil escolas até o mês de agosto. Até dezembro queremos estar com o número de 10 mil escolas. São metas ousadas, mas a gente acredita no trabalho da equipe. É uma meta realizável", acrescentou, ao lembrar que para instalar a conexão na escola Calunga I, técnicos da Telebras levaram dois dias para chegar ao local, utilizando veículos 4x4 e navegando por rios.

Bolsonaro disse que parlamentares e prefeitos poderão solicitar ao Ministério da Ciência e Tecnologia a adesão ao programa, para instalação de internet em áreas remotas. Durante a videoconferência, alunos e professores interagiram com o presidente e os ministros. Veja aqui a galeria completa de imagens.

Para a professora Luciene Santos, a internet vai atender não apenas os alunos, mas toda a comunidade local. "Aqui tem falta de materiais [escolares], essa internet acredito que vai facilitar a vida da comunidade, dos estudantes e professores, até mesmo para nos capacitarmos mais", afirmou. Ao todo, mais de 450 alunos estão matriculados na escola Calunga I.  

O presidente Jair Bolsonaro participa de videoconferência com escola atendida pelo programa Gesac.
O presidente Jair Bolsonaro participa de videoconferência com escola atendida pelo programa Gesac - Valter Campanato/Agência Brasil

Investimentos

Um dos alunos perguntou se poderia contar com o governo para mais investimentos na área de educação. Ao responder, Bolsonaro citou as dificuldades econômicas do país, criticou governos anteriores, mas disse que vai priorizar a educação básica.   

"O Brasil está numa situação bastante difícil, quando se fala em economia e dinheiro. Nós herdamos uma dívida grande de governos anteriores, mas nós faremos o possível para bem atender vocês na educação. Ninguém cortou 30% da educação, nós estamos pegando recurso de uma área e botando para outra, no caso, mais recursos para a educação básica. Outros governos também contingenciaram, cortaram recursos, no linguajar popular. Ninguém vai cortar recursos da educação por maldade, é que não temos como pagar as dívidas que o Brasil tem, que são muito grandes, por isso esse contingenciamento. Mesmo com esse pouco recurso estamos garantindo projetos como esse para vocês, que custa dinheiro", disse. 

Em seguida, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que o Brasil "parou de afundar", mas "não decolou ainda". Ele defendeu a reforma da Previdência para destravar a economia do país. "Se passar a nova Previdência, a economia do Brasil vai subir, vai gerar mais emprego, vai gerar mais investimento", afirmou. 

No caso do contingenciamento das instituições federais de ensino, o Ministério da Educação (MEC) informou ontem (7) "que o critério utilizado para o bloqueio de dotação orçamentária foi operacional, técnico e isonômico para todas as universidades e institutos". Segundo a pasta, foram bloqueados R$ 7,4 bilhões do total de R$ 23,6 bilhões de despesas não obrigatórias. O orçamento anual do MEC, incluindo gastos obrigatórios, é R$ 149 bilhões. 

"O bloqueio preventivo incide sobre os recursos do segundo semestre para que nenhuma obra ou ação seja conduzida sem que haja previsão real de disponibilidade financeira para que sejam concluídas", informou o MEC, em nota reportada pelo porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros.