Coluna - Thales deve ser o líbero da seleção masculina em Tóquio

No feminino, Camila Brait é a favorita para ir aos Jogos

Publicado em 02/11/2019 - 09:30 Por Luiz Henrique Guimarães - Editor de texto do programa Stadium da TV Brasil. A coluna do jornalista será publicada pela Agência Brasil semanalmente aos sábados. - Rio de Janeiro

A não ser que aconteça um inesperado desvio de rota no caminho até os Jogos Olímpicos de Tóquio, Thales, de 30 anos, deve ser o líbero que vai defender a seleção brasileira no evento. Nas últimas quatro Olimpíadas a posição esteve a cargo de um dos maiores especialistas do vôlei mundial: Serginho. Campeão de tudo com a seleção, Serginho já havia se despedido da camisa verde-e-amarela, mas topou o convite de Bernardinho para retornar e defender o Brasil na Rio 2016. Deu certo. Aos 41 anos ele foi um dos líderes da conquista do ouro olímpico, o segundo de sua carreira.

Mário Júnior, que jogou o Mundial de 2014, e Thiago Brendle, que chegou a ser convocado pelo técnico Renan Dal Zotto, perderam espaço na seleção e Thales foi ganhando terreno. Mas não sem um pouco de desconfiança. O jogador do Taubaté nunca foi uma unanimidade na posição. Tanto que para o Mundial de 2018, disputado na Itália e na Bulgária, Renan optou por levar dois líberos e revezá-los em quadra. Thales atuava preferencialmente na recepção, enquanto Maique, jogador do Minas, entrava para ajudar na defesa.

Com o revezamento ficava claro que Thales ainda precisava evoluir na defesa, especialidade de Maique. Na Liga das Nações deste ano, o técnico brasileiro continuou a alternar os líberos em quadra. Faltava uma oportunidade para que o atleta fosse mais testado e pudesse mostrar todo o seu potencial. Essa chance veio na Copa do Mundo do Japão.

O título de forma invicta e incontestável da seleção brasileira teve o oposto Alan como o grande nome. Mas Thales também se destacou. Renan optou por deixá-lo a maior parte do tempo em quadra, sem fazer o revezamento com Maique. Com isso, o líbero foi efetivamente experimentado e respondeu à altura. Nas estatísticas foi o segundo melhor defensor do campeonato, e teve a terceira melhor recepção. Não é pouca coisa para quem vinha sendo muito cobrado por uma certa instabilidade na posição. Testado e aprovado, Thales conquistou na bola a vaga na seleção que vai defender o título olímpico em Tóquio. Qualquer outra indicação de Renan Dal Zotto na lista final para os Jogos será uma grande surpresa.

Leia se despediu da seleção brasileira

Líbero da seleção feminina na campanha dos Jogos Olímpicos do Rio, Leia anunciou que não vai mais defender a camisa do Brasil. Sua última competição foi a Copa do Mundo do Japão deste ano, que terminou com as brasileiras em quarto lugar. A decisão da jogadora do Minas Tênis Clube foi previamente combinada com a comissão técnica e abre espaço para a consolidação de Camila Brait no posto.

18/08/2019 amistoso de Vôlei  Brasil e Argentina
Camila Brait em ação pelo Brasil - Arquivo/Gaspar Nóbrega/Inovafot

A atleta do Osasco/Audax havia se afastado da seleção após ter sido preterida justamente por Leia na lista de convocadas para a Rio 2016. Convidada pelo técnico José Roberto Guimarães, Camila aceitou voltar ao time brasileiro. Seu retorno já dava indícios de que seria ela a líbero brasileira em Tóquio. Tecnicamente, Leia e Camila são as melhores líberos em atividade no Brasil. Suelen, do Dentil/Praia Clube, defendeu o Brasil no Mundial de 2018, mas hoje aparece com menos chances de ir à Olimpíada. Dificilmente Zé Roberto vai cortar novamente Brait da seleção às vésperas dos Jogos Olímpicos. Por isso hoje ela é a dona da posição. E provavelmente vai continuar assim, pelo menos até o fim da Olimpíada.

Edição: Fábio Lisboa

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