Dilma: julgamento do Massacre do Carandiru foi vitória contra impunidade

Publicado em 03/04/2014 - 10:24 Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (3), que o resultado do julgamento do Massacre do Carandiru representa uma vitória contra a impunidade. Por meio de sua conta no Twitter, a presidenta destacou que o julgamento de parte dos policiais que entraram no presídio atirando a título de conter uma rebelião de presos garantiu aos réus o amplo direito de defesa e transcorreu em conformidade com as regras do Estado de Direito. Por envolver grande número de réus e vítimas, o julgamento foi desmembrado em quatro blocos, cada um deles relativo a um dos quatro andares do Pavilhão 9 da Casa de Detenção, palco da ação policial que, no dia 2 de outubro de 1992, resultou na morte de 111 presos.

Ontem (2), durante o julgamento do quarto e último bloco, 15 policiais militares integrantes do Comando de Operações Especiais (COE) foram condenados a 48 anos de prisão cada um, pela morte de quatro presos do quarto pavimento do pavilhão. Os mesmos policiais foram absolvidos pela tentativa de homicídio de dois detentos e pela morte de outros quatro, provocada por armas brancas.

No total, 73 policiais foram condenados. Na primeira etapa do julgamento, ocorrida em abril do ano passado, 23 policiais foram condenados a 156 anos de reclusão cada um pela morte de 13 detentos. Na segunda etapa, em agosto, 25 policiais foram condenados a 624 anos de reclusão cada um pela morte de 52 detentos. Em 19 de março, mais dez policiais militares foram considerados culpados pela morte de oito detentos: nove dos policiais foram condenados a 96 anos de prisão cada um, enquanto o outro foi condenado a 104 anos por já ter uma condenação anterior.

Conhecida como Carandiru, a Casa de Detenção de São Paulo funcionava na zona norte da capital. Foi inaugurada em 1920 e chegou a abrigar mais de 8 mil presos durante o período de maior lotação – sendo apontado como o maior presídio da América Latina. A unidade foi desativada e parcialmente demolida em 2002. 

Edição: Graça Adjuto

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