CEV-Rio quer saber se preso por envolvimento em morte de coronel tem advogado

Publicado em 30/05/2014 - 14:07 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-Rio), Wadih Damous, vai verificar com a Delegacia de Homicídios (DH) do Rio, se Anderson Pires Teles, 26 anos, irmão de Rogério Pires, caseiro do sítio do coronel reformado do Exército, Paulo Malhães, está sendo acompanhado por um advogado. Anderson foi preso hoje (30) por policiais da DH, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Ele é acusado de ter participado da morte do coronel, no sítio dele, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Wadih Damous informou que, caso Anderson não esteja sendo assistido por um advogado, vai encaminhar um pedido à Defensoria Pública do Rio para que seja indicado um defensor para ele. O presidente da CEV-Rio tinha feito o mesmo com Rogério Pires, que diante de integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado, informou que prestou depoimento na delegacia sem a presença de um advogado. "Nós queremos que ele seja assistido por um advogado. Pode ser a mesma defensora (da 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, Raquel Ayres, que atua como advogada do caseiro). Nós vamos nos informar com o delegado para saber se ele está acompanhado de um advogado", contou o presidente da CEV-Rio.

Wadih Damous informou ainda que a prisão de Anderson é mais um ingrediente para o inquérito que apura a morte do coronel e segue na linha de roubo seguido de morte. Anderson e os irmãos dele, Rogério e Rodrigo, que está foragido, são acusados de terem praticado o assalto ao sítio e provocado a morte de Malhães. A CEV- Rio não concorda com esta direção do inquérito por acreditar que a morte do coronel representa queima de arquivo."Nós não nos conformamos em aceitar a tese de latrocínio. Pode até ter sido, mas precisamos de apuração. É preciso ter transparência. Pode ser queima de arquivo", analisou.

Wadih Damous questiona também a decisão que declarou segredo de Justiça para o inquérito. Ele informou que ainda hoje vai manter contatos com integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado para requerer o fim do sigilo. " A nossa itenção é pedir ao juiz que reconsidere esta decisão e caso não reconsidere nós vamos recorrer ao Tribunal", explicou.

O advogado participou hoje, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no centro do Rio, do Fórum de Participação realizado mensalmente pela CEV-Rio com entidades da sociedade civil, para prestar contas das ações que foram realizadas pela comissão. No encontro de hoje foram apresentados trechos dos depoimentos do coronel Paulo Malhães à CEV-Rio, que segundo Wadih Damous duraram 23 horas. "É um depoimento importante pela amplitude e pelo detalhamento. Nós não temos condição de aferir se o que ele disse é verdadeiro ou mentiroso, mas foi um agente importante da repressão e prestou um longo depoimemento de 23 horas e esse depoimento agora estamos tornando público", analisou.

Os detalhes do depoimento foram publicados no site da Comissão.

Edição: Denise Griesinger

Últimas notícias