Secretaria de Saúde do Rio descarta epidemia de dengue na Copa
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou hoje (6) que fatores climáticos e estratégias de prevenção adotadas indicam que os índices de transmissão do vírus da dengue serão baixos neste mês e no próximo, período em que será disputada a Copa do Mundo. A competição começa quinta-feira que vem (12) e vai até 12 de julho e terá sete partidas disputadas no Maracanã, inclusive a final.
De acordo com a secretaria, o número de casos caiu 97% de janeiro a maio deste ano em comparação com o que foi notificado no estado no mesmo período do ano passado. De 1º de janeiro até 24 de maio, foram notificados 5.039 casos suspeitos de dengue no estado, com quatro mortes confirmadas: uma em São Gonçalo, uma em São José do Vale do Rio Preto e duas em Campos dos Goytacazes. No mesmo período ano passado, foram notificados 178.765 casos suspeitos de dengue no estado.
O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, explicou que, além da queda das temperaturas e diminuição da pluviosidade, o tipo de vírus que circula no estado contribui para que não haja epidemia neste período.
“O principal vírus da dengue que circula hoje no Rio de Janeiro é o 4. É o mesmo vírus que causou epidemia nos anos de 2012 e 2013. Portanto, um número significativo da população já teve contato com esse vírus e tem imunidade a ele”, explicou Chieppe. “O número de pessoas suscetíveis a esse vírus é muito pequeno para que ocorra uma epidemia. O cenário para este ano é de tranquilidade”, afirmou.
Segundo Chieppe, existem quatro tipos de vírus da dengue no mundo. O vírus tipo 3 circulou no estado do Rio em 2002, o vírus tipo 2, em 2008 e o tipo 1, em 2010. Ele explicou que a reentrada e circulação dos demais vírus de maneira mais intensa deve ocorrer nos próximos anos e que, por isso, as autoridades devem se preparar para o possível aumento do número de casos da doença.
Chieppe disse que, no Rio, um aliado no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, é o Sistema Monitora Dengue, que, desde o ano passado, ajuda os municípios a acompanhar em tempo real o trabalho dos agentes de endemia na busca por focos do mosquito. Os agentes municipais usam smartphones para armazenar informações sobre os locais visitados e a situação dos domicílios. O Monitora Dengue é o único sistema de captação de dados em tempo real feito em escala estadual. Ao todo, 180 técnicos de 77 municípios do Rio de Janeiro foram capacitados para o sistema e mais de 520 profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, fizeram um curso de três meses para o domínio do protocolo clínico de avaliação e tratamento da doença.
Outra ferramenta importante para auxiliar no atendimento a pessoas com dengue é o prontuário eletrônico, acreicentou Chieppe. No prontuário eletrônico, após a inserção dos dados do paciente no sistema, os sintomas são avaliados e é indicado o melhor tratamento a ser seguido. O programa pode indicar inclusive se há necessidade de internação.
No site www.riocontradengue.com.br, o usuário encontra informações sobre campanhas da secretaria contra a doença, como a dos 10 Minutos contra a Dengue, além de folhetos explicativos, lista de ações que devem ser feitas semanalmente, tirinhas do personagem Mosquiteiro e espaço para marcar a data em que sua casa foi vistoriada. O material foi produzido também para que gestores municipais tenham a opção de fazer download do folheto e distribuir para a população.