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MTST encerra protesto em SP sobre saúde pública após garantir reuniões mensais

Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 27/08/2014 - 15:58
São Paulo

Terminou por volta das 14h30, o protesto do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em frente à Secretaria Estadual de Saúde. De acordo com Jussara Basso, uma das coordenadoras do movimento, após reunião com o secretário David Uip, ficou acertado que haverá encontros mensais no órgão para discutir as reivindicações do grupo. A próxima reunião será na terça-feira (2), para a qual também serão convidados os secretários de Saúde dos municípios de São Paulo, Taboão da Serra, Itapecerica e Embu das Artes.

Os protestos por melhorias no sistema público de saúde começaram pela manhã, com atos simultâneos nas secretarias municipais de São Paulo, Embu das Artes e Taboão da Serra.  Uma comissão de seis pessoas foi recebida por volta das 13h pelo secretário David Uip. A Polícia Militar estima que 300 pessoas participaram do ato em frente à secretaria estadual. O movimento, por sua vez, contabilizou 800 pessoas. Os sem-teto ocuparam o estacionamento do órgão, na entrada pela Avenida Doutor Enéas de Carvalho Aguiar.

“A gente quer a melhoria dos postos de saúde, dos hospitais. Faltam médicos, os exames demoram muito tempo para serem feitos. Muitas vezes, a pessoa só consegue quando já nem adianta mais”, explicou Luiz Giovanne Constantino, um dos coordenadores do MTST. “Falamos também sobre a construção de um hospital na zona sul, que ele [David Uip] disse que vai ser estudado e nós vamos acompanhar esse estudo para que a pauta possa ser atendida”, relatou Jussara.

Jussara Basso complementa que é preciso haver mais transparência em relação as contas das organizações sociais que administram hospitais no estado. “Queremos saber onde está sendo investido esse dinheiro. Queremos saber também qual é a política de portas abertas do governo estadual, pois a população carente não é atendida. Atende-se mais plano privado do que a população”, criticou.

A comissão também debateu a transferência da gestão do Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo (USP) para a Secretaria de Saúde. “Não foi ainda definida a desvinculação com a USP. Precisa que o conselho da universidade defina isso para então sentar com os representantes”, apontou. Também participaram do ato, servidores da USP contrários à transferência do HU para a Secretaria Estadual de Saúde.

A desvinculação do HU é uma proposta do reitor Marco Antonio Zago para sanar os problemas orçamentários da universidade. “A saúde pública de qualidade passa pela boa formação dos profissionais e ela se dá através dos hospitais universitários. Achamos que essa característica pode ser prejudicada”, explicou Felipe Tomasi, membro do Comando de Greve dos Trabalhadores.

Em relação ao Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, localizado em Bauru, que já foi transferido para gestão da secretaria estadual, ficou acertado que será feito um diagnóstico sobre a situação a partir de pacientes, trabalhadores e estudantes. “Vai ser criada uma comissão para ver a melhor forma de solucionar esse problema”, declarou a coordenadora.

Jussara avaliou que o encontro foi vitorioso. “Fomos atendidos pelo secretário [para apresentar as reivindicações], o que parecia que não iria acontecer, e saímos com indicação de que o secretário tem intenção de resolvê-las”, complementou. A Agência Brasil solicitou uma posição da Secretaria de Saúde sobre o resultado da reunião com os manifestantes, mas não houve retorno até a publicação da matéria.