Aumenta procura por academias para a prática esportiva, mostra pesquisa Vigitel

Segundo estudo, a prática de exercícios em academias foi a que mais

Publicado em 24/10/2014 - 10:07 Por Paula Laboissière e Aline Leal - Repórteres da Agência Brasil - Brasília
Atualizado em 24/10/2014 - 15:09

Academia, ginástica

A prática de exercícios em academias foi a que mais cresceu no paísJosé Cruz/Agência Brasil


Pesquisa divulgada hoje (24) pelo Ministério da Saúde indica que 33,8% dos brasileiros praticam algum tipo de atividade física regularmente – um aumento de 12,6% nos últimos cinco anos. O estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) aponta ainda que a prática de exercícios em academias foi a que mais cresceu no país, superando o futebol.

Para Ricardo Munir Nahas, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, o fato de os brasileiros estarem praticando mais musculação é uma boa notícia, no entanto, por outro lado, pode ser que eles estejam deixando um esporte que consideram mais prazeroso. “Tem seu lado bom, porque as pessoas começam a quantificar o treinamento, a academia permite isso, que você tenha mais noção do volume semanal de treino que você vai fazer. Por outro lado é ruim que as pessoas deixem seu lazer que é tão enraizado na cultura do brasileiro”, avalia.

De acordo com os dados, o percentual de entrevistados que disseram praticar musculação cresceu 50% entre 2006 e 2013, enquanto o índice dos que jogam bola caiu 28% no mesmo período. A pesquisa mostra que 18,97% dos adultos optam atualmente pelas academias, contra 14,87% que dizem praticar futebol. Para Deborah Malta, diretora de Vigilância e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, isso mostra que as pessoas estão levando mais a sério a prática de atividade física.

Para professores e alunos de academias de Brasília, a procura pelo espaço também se justifica pela comodidade e falta de tempo. "Como o tempo é mais corrido no dia a dia das pessoas, ter várias opções em um mesmo espaço é fundamental. Aqui em 40 ou 45 minutos você completa o trabalho de atividade física do dia. A corrida é contra o tempo", afirma o professor de educação física Altair Araújo, de 49 anos.

Entre os homens, o futebol continua sendo o esporte preferido – 26,75% da população masculina relatou recorrer à prática. Mas, mesmo nesse grupo, o índice caiu: oito anos atrás, mais de 35% diziam jogar bola regularmente. Em segundo lugar, aparecem as caminhadas e a musculação.

Para Denise Duarte, servidora pública de 25 anos, a academia funciona como um complemento às atividades físicas ao ar livre. "Acredito que haja uma conciliação entre as duas atividades. Eu mesma venho à academia durante a semana, mas nos fins de semana eu me exercito na rua, correndo".

Apesar da crescente participação da musculação entre as atividades praticadas no país, a pesquisa revela que a caminhada permanece como o exercício mais frequente entre os brasileiros. Do total de entrevistados que pratica algum tipo de atividade, 33,79% disseram fazer caminhadas. Em 2006, o índice era 10% maior. O público feminino é o mais fiel na prática desse exercício, com 43,98% das que se exercitam adeptas da caminhada, seguido pela musculação e pela ginástica.

“Todas as evidências mostram que os benefícios da atividade física independem do tipo de exercício. O que você tem que ter é regularidade na prática”, defende Déborah. Pelas considerações da Organização Mundial da Saúde (OMS), entende-se como atividade física suficiente no tempo livre a prática de, pelo menos, 150 minutos semanais de exercícios de intensidade leve ou moderada ou de, pelo menos, 75 minutos semanais de atividade física de intensidade vigorosa.

O estudo foi realizado pelo ministério em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo e ouviu 53 mil pessoas nas 26 capitais e no Distrito Federal.

A OMS estima que pessoas sedentárias aumentam entre entre 20% e 30% o risco de mortalidade, em especial por doenças crônicas. A atividade física regular reduz o risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão, diabetes, câncer de mama e de cólon, além de depressão.

Matéria ampliada às 15h09 para inclusão do 4º e 6° parágrafos

Edição: Denise Griesinger

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