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Suspeita de ebola só será descartada após segundo exame, diz ministro Chioro

Chioro e Barbosa falaram à imprensa na manhã de hoje
Luana Lourenço – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 11/10/2014 - 13:43
Brasília
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, informam que o exame do paciente suspeito de infecção pelo vírus ebola, teve resultado negativo. (Elza Fiúza/Agência Brasil)
© Elza Fiúza/Agência Brasil
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, informam que o exame do paciente suspeito de infecção pelo vírus ebola, teve resultado negativo. (Elza Fiúza/Agência Brasil)

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, informam que o exame do paciente suspeito de infecção pelo vírus ebola teve resultado negativoElza Fiúza/Agência Brasil

Depois do resultado negativo do primeiro teste feito no paciente com suspeita de ebola no Brasil, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse hoje (11) que o diagnóstico só será confirmado após um segundo exame, feito a partir de uma amostra de sangue que será coletada 48 horas após a primeira coleta, ou seja: amanhã (12). Assim como no primeiro exame, o material também será enviado para análise laboratorial no Instituto Evandro Chagas, em Belém, e o resultado deve ser divulgado na segunda-feira (13).

“Ainda não podemos considerar como descartado, precisamos esperar o segundo exame negativo para descartar”, disse, em entrevista coletiva. “Ter o primeiro resultado negativo não pode desarticular o conjunto de ações de vigilância. Todo o protocolo continua sendo seguido”, informou.

Até a confirmação do diagnóstico, o paciente permanecerá em isolamento total no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, onde está internado, e as 64 pessoas que tiveram contato com ele também continuarão sendo monitoradas pelas autoridades de saúde, com medição periódica de temperatura.

Souleymane Bah, de 47 anos, chegou ao Brasil no dia 19 de setembro, vindo da Guiné com escala no Marrocos, e deu entrada na última quinta-feira (9) em uma Unidade de Pronto-Atendimento em Cascavel (PR). Ontem (10), ele foi transferido para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, referência nacional para casos de ebola.

Segundo Chioro, o estado de saúde do paciente é estável. “Ele não manifestou mais nenhum sintoma. Vamos colher a segunda amostra amanhã, aguardaremos a confirmação ou não do resultado e, a partir daí, serão tomadas as providências de acordo com o protocolo que orienta a ação do Ministério da Saúde e das demais autoridades de saúde estaduais e municipais”.

De acordo com o ministro, a suspeita registrada no país não muda a classificação do risco de entrada do ebola no país, que é baixo. “O Brasil continua sendo um país com poucas chances de transmissão da doença, o risco é baixo. Não diria que será inevitável, é possível que apareçam outros casos, mas a gente continua trabalhando de forma muito efetiva”.

Chioro disse que não haverá nenhuma mudança nos procedimentos em aeroportos, portos e fronteiras do Brasil por causa da suspeita de ebola, principalmente em relação a controles na chegada, como medidores de temperatura.

“Uma medida de controle nos aeroportos não pode significar um patrulhamento, uma forma de restrição de acesso. A principal medida, a mais eficaz - e isso é uma orientação da OMS [Organização Mundial da Saúde] - é a avaliação na saída do país de origem. É o que chamamos de primeira linha de bloqueio e ela tem sido bastante efetiva”, avaliou.

De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, o uso de scanners de temperatura se mostrou ineficaz em outras situações de crises ligadas a doenças infecciosas em outros países e no caso do ebola também não seria eficiente.

Chioro condenou as manifestações racistas que apareceram nas redes sociais após a divulgação da suspeita de ebola em um paciente vindo da África. Para o ministro, é “inaceitável” que haja manifestações desse tipo em um país como Brasil.

“Achar que ebola tem alguma coisa a ver com a dimensão racial é inaceitável. Manifestações lamentavelmente racistas são inaceitáveis em um país que se diz civilizado como o nosso. É lamentável que alguns brasileiros tenham capacidade de aproveitar esse momento para demostrar atitudes racistas”.

Segundo Chioro, a presidenta Dilma tem acompanhado diariamente os desdobramentos do caso, assim como todo o governo, que está agindo articuladamente para seguir o protcolo internacional de ação em caso de suspeita de ebola.