Comandante promete resposta à morte de PMs no Rio
O comandante-geral da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro, coronel Íbis Silva Pereira, disse hoje (27), no enterro do policial militar Anderson Senna Freire, de 34 anos, morto ontem (26) em serviço, que a corporação vai responder a esse tipo de crime e espera apresentar à Justiça os autores.
“A morte de policiais militares virou uma coisa banal e não é capaz de envergonhar a sociedade”, que está vivendo uma barbárie, afirmou o coronel.
Este ano, 102 PMs foram mortos no estado, dos quais 17 em serviço e 85 de folga. Senna foi enterrado com um pedido de "basta", escrito nas camisas usadas pelos colegas, formados na mesma turma da corporação. Ele foi assassinado na Avenida Brasil, próximo ao bairro de Guadalupe, zona norte da cidade. Lotado no 41º BPM, (Irajá), tinha dois filhos e estava na corporação há seis anos.
O policial Bruno de Morais, que estava em serviço junto com Senna, também foi baleado, continua internado e está estável, segundo a PM.
A Delegacia de Homicídios já tem uma pista dos envolvidos na morte de Senna, mas não pode revelar detalhes para não prejudicar as investigações. Segundo Íbis, "é preciso identificar essas pessoas, prendê-las e apresentá-las à Justiça”.
Para o comandante-geral da PM, a corporação tem que fazer operações baseadas no serviço de inteligência, com segurança nas ações e respaldada em informações precisas. Íbis disse que boa parte da sociedade quer uma polícia mais dura no enfrentamento da violência. De acordo com ele, a sociedade alimenta o discurso que aposta na guerra como estratégia para vencer o narcotráfico, mas existem formas mais inteligentes, mais racionais e mais democráticas de enfrentar questões como a das drogas, passando pela prevenção.
"Nós, brasileiros, temos apostado na guerra, e o resultado tem sido esses números alarmantes, assustadores e vergonhosos. Superar essa realidade é um desafio não só da polícia, mas um compromisso de toda a sociedade democrática. Não são números dignos de uma república. Polícia se faz, acima de tudo, com respeito pela dignidade humana. Eu não tenho dúvida de que vamos conseguir diminuir esses números, que hoje são números de barbárie. Agora, é preciso que a nossa sociedade se indigne com esses números", acrescentou.