Falta de cuidado com a saúde compromete o trânsito nas rodovias, alerta PRF


Campanha da Polícia Rodoviária identifica problemas de saúde de motoristas profissionais
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) promoveu hoje (26) uma campanha educativa sobre saúde em várias estradas do país. A PRF identificou uma série de situações de motoristas profissionais com problemas de saúde que podem interferir na segurança do trânsito. Na BR-070, que liga Brasília a Águas Lindas de Goiás, por exemplo, motoristas parados pelos policiais sequer sabiam que tinham algum problema de saúde, como alto índice glicêmico no sangue e até diabetes, doença crônica que interfere progressivamente na visão, por exemplo.
Para fazer os exames, a campanha contou com a presença de funcionários do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, do Serviço Social do Transporte, do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte e de estudantes de universidades locais.
Em Brasília, a estudante de biomedicina pelo Icesp Promove Lorrayne Katlen verificou que muitos dos atendidos convivem com enfermidades crônicas sem saber que são portadores. "Hoje eu fiquei surpresa com o número de pessoas atendidas com índice glicêmico muito elevado e, até mesmo, casos de diabetes já bem avançados”, disse ela.

Falta de cuidado com a saúde acarreta riscos para todas as pessoas que trafegam em rodovias, diz o inspetor Ronaldo Ivan
O responsável pela PRF, inspetor Ronaldo Ivan, alertou para os riscos da falta de conhecimento e de cuidados com a saúde do trabalhador que refletem, em muitos casos, na segurança de todos os que trafegam pelas estradas.
"Sabemos que a alimentação dessas pessoas não é muito saudável por comerem nos bares e restaurantes pelas rodovias. Esse fator [alimentação ruim], ligado a problemas como o diabetes e a pressão arterial, por exemplo, pode gerar situações onde a vida de outros passageiros, a deles próprios e a segurança nas estradas fiquem em risco", disse Ivan.
As avaliações feitas envolveram desde questionamentos quanto aos hábitos diários dos motoristas até a triagem para o posto de saúde mais próximo, no caso de necessidade. Na primeira etapa, são recolhidos dados dos motoristas, como telefone e endereço; se são ou não fumantes; e o tempo de descanso.
Na campanha, também foram medidas a circunferência abdominal e o índice de massa corporal. Os exames incluem ainda medição de gordura corporal, testes de visão e de audição, colesterol, glicemia e orientação médica. "Somente em vacinas, aplicamos mais de 300, referentes à febre amarela, ao tétano e à hepatite B, que também foram disponibilizadas aqui", disse a enfermeira da Secretaria de Saúde Sílvia Menezes.
Para Lorival Rodrigues, de 62 anos, caminhoneiro há 28, "essa é uma iniciativa importante. Cuidar da saúde é essencial”. “Eu transporto funcionários de Brasília para o Gama [cidade administrativa do Distrito Federal]. Logo que entrei na empresa, fui cobrado a fazer todos esses exames e mais alguns. Mas, depois, para conseguir fazer todos esses [exames] que foram feitos aqui, ficou bem mais difícil", disse ele.


