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Camponesas protestam contra agronegócio e ocupam multinacional em Goiás

Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 09/03/2015 - 17:54
Brasília
Cerca de 300 mulheres da Via Campesina ocupam a multinacional Bunge no município goiano de Luziânia (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Cerca  de  300  mulheres  da  Via  Campesina  ocupam  unidade da Bünge em Luziânia   Antonio Cruz/Agência Brasil

Mulheres camponesas ocuparam, na manhã de hoje (9), uma unidade da Bünge, uma multinacional do agronegócio, no município goiano de Luziânia, a 60 quilômetros de Brasília. O objetivo era protestar contra o modelo de agronegócio e pedir políticas que valorizem a agricultura familiar.

“A grande questão é denunciar o capital internacional que está no Brasil. Cada vez mais, tem empresas de outros países envenenando o povo brasileiro, produzindo veneno, acabando com a terra e a saúde, provocando cada vez mais câncer para toda a população”, disse a coordenadora do Movimento Camponês Popular, Tábata Neves, em entrevista à Rádio Nacional.

A mobilização faz parte de um ato nacional de mulheres camponesas. Com manifestações em vários estados, elas reivindicam reforma agrária, moradia no campo e direitos previdenciários para as mulheres do campo.

De acordo com o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra, 6 mil pessoas saíram de Feira de Santana, na Bahia, em direção a Salvador; e no Espírito Santo, em torno de mil mulheres marcharam na cidade de Colatina. Ocorrem mobilizações também nos estados de Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Mato Grosso, São Paulo, do Ceará, Rio Grande do Norte e da Paraíba.

Em Goiânia, outro grupo de mulheres ocupou o pátio da Secretaria estadual de Fazenda. Uma das reivindicações é a aprovação de um projeto de lei que prevê a destinação de 0,5% do orçamento do estado para políticas públicas de fortalecimento da agricultura familiar. De acordo com o Movimento Camponês Popular, representantes do governo de Goiás sinalizaram, em recente reunião, que até quarta-feira (11), o projeto será encaminhado para à Assembleia Legislativa do estado.

*Colaborou Katiana Rabelo. repórter da Radioagência Nacional