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Nível do Rio Acre continua subindo e cheia e prejudica 87 mil pessoas

Aline Leal - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 04/03/2015 - 16:28
Brasília
Região de Rio Branco, no Acre (Diego Gurgel/Agência de Notícias do Acre)
© Diego Gurgel/Agência de Notícias do Acre

Enchente histórica atinge mais de 800 famílias na região de fronteira (Sérgio Vale/Agência de Notícias do Acre)

Três pontes foram interditadas e 53 bairros estão alagados em Rio BrancoSérgio Vale/Agência de Notícias do Acre

A prefeitura de Rio Branco, capital acriana, informou hoje (4) que chega a 87 mil o número de pessoas prejudicadas pela cheia histórica do Rio Acre. Conforme os dados da prefeitura, 53 bairros da cidade estão alagados, o equivalente a uma área de 5 mil hectares. Os abrigos disponíveis acolhem 8.509 pessoas. Com três pontes interditadas, a população sofre ainda com o desabastecimento de água e energia.

De acordo com medição feita pela Defesa Civil na manhã de hoje, o nível do rio continua subindo em Rio Branco. Nas 24 horas entre uma medição e outra, o nível subiu 24 centímetros, chegando a 18.34 metros.

Para diminuir o fluxo de pessoas no centro da cidade e mobilizar mais voluntários, o governo estadual e a prefeitura decretaram ponto facultativo nas repartições públicas até o fim desta semana. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros apelam para que proprietários de barcos e caminhões disponibilizem esses equipamentos para ajudar no socorro aos desabrigados.

Outra preocupação das autoridades locais é com as comunidades rurais, porque a enchente vem causando prejuízos a centenas de agricultores familiares. Segundo levantamento dos governos estadual e municipal, a enchente prejudica a produção agrícola de 32 áreas rurais em 4,5 mil hectares de área atingida. Os prejuízos para os produtores somam R$ 52 milhões.

Desde ontem (3), o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, está no Acre, onde visitou abrigos, sobrevoou áreas atingidas e manteve reuniões técnicas para enfrentamento da situação. Em nota, o ministério informou ter recebido do governo estadual uma lista de 3,2 mil famílias vivendo em áreas de risco.

Conforme a nota, a proposta é que essas famílias recebam moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida. Portaria do Ministério das Cidades prevê essa situação em casos de emergência e calamidade pública.

A estratégia foi discutida em reunião realizada ontem (3), em Rio Branco, entre representantes dos ministérios da Integração Nacional e das Cidades, do governo do Acre, do Banco do Brasil, da Prefeitura de Rio Branco e da Caixa Econômica Federal.

Amanhã (5), Occhi segue para o município de Eirunepé, no Amazonas, onde se encontrará com o governador do Amazonas, José Melo. Eirunepé é um dos sete municípios amazonenses atingidos por inudanções que tiveram reconhecimento de situação de emergência publicado ontem. Os demais são Boca do Acre, Carauari, Envira, Ipixuna, Itamarati e Tapauá.