MST e Via Campesina mantêm protestos pelo país
Em continuidade à série de atos da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, iniciada na semana passada, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina promovem manifestações hoje (12) em cinco estados: São Paulo, Rio Grande do Sul, Alagoas, Bahia e Rondônia. Eles protestam pela reforma agrária e contra o avanço do agronegócio.
Na capital paulista, cerca de 5 mil camponeses, de acordo com o MST, marcharam no início da tarde até a sede da Secretaria-Geral da Presidência da República, onde entregaram a pauta de reivindicações.
No Rio Grande do Sul, integrantes da Coordenação de Movimentos Sociais, que reúne várias entidades, participam de um ato “em defesa da classe trabalhadora e da Petrobras”. A manifestação também pede a realização de um plebiscito sobre a convocação de uma assembleia constituinte exclusiva para tratar da reforma política.
“Queremos uma Constituinte da reforma política para acabar com a influência das grandes empresas e do poder econômico na política brasileira, sequestrada no último período por cerca de 10 grandes empresas, que financiaram todos os partidos”, defendeu, em nota, o dirigente estadual da Via Campesina Marcelo da Silva.
Em em Porto Velho, cerca de mil mulheres da Via Campesina, do MST, do Movimento dos Atingidos por Barragens e da Comissão Pastoral da Terra fizeram um protesto pela reforma agrária em frente ao Palácio Presidente Vargas, sedo do governo de Rondônia. Representantes das camponesas foram recebidas pelo vice-governador, Daniel Pereira, pela direção estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Caixa Econômica Federal.
Em Alagoas, segundo o MST, aproximadamente 5 mil sem-terra, que ontem (11) fizeram uma marcha em Maceió, participaram hoje de reunião com o governador Renan Filho para reivindicar celeridade no processo de desapropriação de imóveis para fins de reforma agrária no estado.
Na Bahia, aproximadamente 6 mil trabalhadores rurais continuam em marcha de 116 quilômetros da cidade de Feira de Santana até a capital, Salvador. Os camponeses iniciaram a caminhada segunda-feira (9) e devem chegar à capital na próxima segunda-feira (16). O ato, segundo o MST, quer chamar a atenção do Poder Público para a violência no campo e para a necessidade de reforma agrária.
A Frente Parlamentar da Agropecuária condenou a ações do MST e da Via Campesina. “Muitos dos protestos são marcados por atos de violência que nem sociedade, nem o setor produtivo de alimentos estão dispostos a tolerar”, disseram, em nota, deputados da bancada ruralista.
No documento, os parlamentares ligados ao agronegócio repudiam o que classificam de “verdadeiro desmonte das novas tecnologias implantadas pela Emater [Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural], Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] e por outras instituições que cuidam da descoberta e implantação de pesquisas no campo”, em relação a protestos de camponeses em unidades de pesquisa agronegócio e multinacionais do agronegócio.