Operação da polícia em conjunto habitacional no Rio fecha escolas e creches
A operação Lar Doce Lar feita nessa terça-feira (29) no Conjunto Habitacional Haroldo de Andrade, do Programa Minha Casa, Minha Vida, em Barros Filho, zona norte do Rio, provocou o fechamento de seis escolas, oito creches e Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI) do município do Rio, prejudicando as aulas de 4.300 crianças e adolescentes.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, além de três escolas de Costa Barros, as aulas foram suspensas também nas unidades de Guadalupe e da Pavuna, bairros próximos a Barros Filho. Pela manhã, a secretaria havia informado que o número de alunos atingidos era de 2.542, mas o número aumentou porque as atividades continuaram suspensas no turno da tarde.
A operação com policiais da 39ª Delegacia Policial (DP), da Pavuna, e da 40ª DP, de Honório Gurgel, teve apoio de equipes dos departamentos Geral de Polícia da Capital (DGPC) e Especializada (DGPE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Na ação, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em apartamentos que foram invadidos para serem devolvidos à Caixa Econômica Federal, entidade financiadora do conjunto habitacional.
A operação é um desdobramento do inquérito que apura a expulsão de proprietários dos imóveis do condomínio. Segundo o delegado Rui Barbosa, titular da 39ª DP, criminosos a mando do traficante Arafat expulsaram famílias das residências e deixaram aliados da quadrilha morando nos apartamentos. “Seis famílias foram encontradas nos imóveis e vão responder por esbulho possessório [retirada violenta do legítimo possuidor de um bem imóvel quer residencial, comercial ou rural] e, caso seja comprovado o envolvimento com o tráfico, podem ser indiciadas por associação para o tráfico de drogas”, disse o delegado.
O delegado da 40ª DP, Wellington Vieira, disse que os moradores tinham que pagar para os traficantes uma mensalidade a fim de poder permanecer no conjunto habitacional e os que não concordassem eram ameaçados a deixar os imóveis. “Eles recebiam o prazo de cinco dias para abandonarem a casa, não levarem nada, saírem com a roupa do corpo. E os que ainda moram lá, que estão sendo subjugados, também falam que aquilo lá é um inferno”.
O delegado afirmou ainda que foram apreendidos 5 mil formulários da Caixa Econômica Federal e do Programa Minha Casa, Minha Vida, que eram usados para legalizar a transferência dos imóveis para os invasores. “Quinze pessoas envolvidas no crime já foram identificadas”, disse o delegado.
De acordo com a Polícia Civil, os imóveis foram interditados e as investigações prosseguem nas duas delegacias. Ainda na Operação Lar Doce Lar, os policiais apreenderam drogas como cocaína, crack, maconha e cheirinho da loló, além de munição.