Corregedor da Polícia Civil de São Paulo é afastado após denúncias de corrupção

Publicado em 21/12/2015 - 15:33 Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

O corregedor da Polícia Civil de São Paulo, Nestor Sampaio Penteado, foi afastado devido a denúncias de corrupção envolvendo agentes do órgão. Uma investigação do Ministério Público (MP), que corre em sigilo de Justiça, implica sete membros da corregedoria, incluindo o investigador-chefe, em acusações de favorecimento e tráfico de influência.

“A acusação feita pelo Ministério Público é que o investigador-chefe seria o cabeça da organização”, disse o  secretário de Segurança Pública de São Paulo, ao anunciar as mudanças na corregedoria.

Alexandre de Moraes, secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo

O  anúncio  foi  feito  pelo  secretário  de  Segurança Pública, Alexandre de MoraesArquivo/Agência Brasil

Segundo Moraes, apesar de o corregedor não ser citado nos indícios recolhidos pela promotoria, ele não tem condições de investigar a própria equipe.

“Não é razoável que o próprio corregedor, que comandava a equipe, investigue membros dessa equipe que trabalhava com ele há três anos”, enfatizou o secretário, ao anunciar o afastamento.

Nestor Penteado será substituído pelo atual diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital, Domingos Paula Neto.

Além dos membros da corregedoria acusados de envolvimento no esquema de corrupção, será afastado o chefe dos investigadores do Departamento Estadual de Investigações Criminais. Isso porque o Ministério Público procurou a Secretaria de Segurança para falar sobre a investigação, que já ocorria desde o início de 2014, após a constatação de um vazamento de informações dentro da corregedoria.

Dois investigadores do Deic foram avisados de que seriam presos em uma outra apuração da promotoria, relativa à extorsão de uma empresária. O vídeo das câmeras do circuito interno do departamento, que mostra como os policiais escaparam, mesmo com promotores e agentes da corregedoria dentro do prédio, foi divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

“A partir daquele momento, eles [promotores] entenderam que, apesar da investigação já estar há dois anos de forma sigilosa, seria o momento de pedir o apoio do gabinete do secretário, porque eles temiam por novas diligências que o Ministério Público poderia fazer”, explicou Moraes sobre o receio de que outras operações fossem sabotadas pelos vazamentos na corregedoria.

Em nota, o Ministério Público informou que o “suposto esquema de vazamento de informações por policiais da Corregedoria da Polícia Civil” está sob investigação do Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial e pela Promotoria do Patrimônio Público e Social da Capital.

Edição: Nádia Franco

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