logo Agência Brasil
Geral

Policiais localizam no Pará submarino que seria usado por traficantes

Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 18/12/2015 - 17:59
Brasília
As suspeitas são que a construção estava sendo financiada por colombianos ligados a um grande esquema de tráfico de cocaína. A Polícia Civil vai investigar o crime.FOTO: ASCOM POLÍCIA CIVILDATA: 17.12.2015VIGIA - PARÁ
© Ascom/Polícia Civil do ParáAscom/Polícia Civil do Pará
 17.12.2015VIG

O submarino tem capacidade para 30 pessoasAscom/Polícia Civil do Pará

A Polícia Civil do Pará localizou e apreendeu um submarino que, segundo a principal linha de investigação das autoridades, seria usado para o tráfico internacional de drogas. O veículo estava escondido em um buraco do Rio Guajará Mirim, próximo a uma vila de pescadores no município de Vigia de Nazaré, a cerca de três horas de Belém. A descoberta foi possível graças a uma ligação anônima feita para o disk denúncia do governo local.

Com 17 metros de comprimento, três de diâmetro e 4 de altura, o submarino – feito de fibra de vidro e já todo estruturado – foi encontrado na última terça-feira (15). Segundo o secretário de Segurança Pública do Pará, general Jannot Jansen, o veículo estava “praticamente pronto” e prestes a entrar em operação.

A embarcação tem capacidade para uma tripulação de 30 pessoas e para transportar até 30 toneladas de carga. Uma perícia deverá apontar qual seria o alcance do submarino e, dessa forma, confirmar as suspeitas de que ele seria utilizado para levar drogas até a costa norte-americana.

“Há indícios suficientes de que ele seria utilizado para o transporte internacional de drogas. Nas troca de informações que fazemos com a agência de inteligência colombiana, fomos informados sobre a intenção de um cartel daquele país de usar submarinos produzidos artesanalmente com o objetivo de transportar drogas”, disse à Agência Brasil o secretário Jansen.

Segundo o general, as suspeitas ficam ainda mais reforçadas pelo fato de tal veículo requerer grandes investimentos e tecnologias complexas. “Com certeza há, por trás disso, um grupo de importância do tráfico internacional, ligado a algum cartel de língua espanhola”, disse ele. Além disso, foram encontradas, no interior do submarino, inscrições em espanhol nas caixas de alguns produtos, com palavras como La Columbia e Guerrilla 762, o que reforça ainda mais essa hipótese.

Na vila de pescadores próxima ao local onde o submarino foi encontrado, o grupo de criminosos chegou a construir três casas de madeira. Elas seriam usadas como bases de observação para monitoramento da região. As construções serviram também de estaleiro para construção das peças à base de fibra e como um alojamento e refeitório, com diversos beliches, mesas, alimentos, roupas, calçados e utensílios de higiene.

“Sabemos que era um grupo grande, de cerca de 15 pessoas, trabalhando na embarcação, e que eles estavam lá desde setembro. Provavelmente eram trabalhadores brasileiros. Como uma embarcação dessas precisa de gente especializada em engenharia naval, as investigações devem avançar com certa facilidade, no sentido de identificar os envolvidos na construção do veículo”, acrescentou o secretário.

Na quinta-feira (17), os policiais começaram os trabalhos de deslocamento do submarino até a base do Grupamento Fluvial do Estado, em Belém. Como o deslocamento depende da cheia da maré, a expectativa é que a embarcação chegue à capital paraense até o sábado (19).