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Ibama exige que Samarco apresente novo Plano de Recuperação Ambiental

Plano apresentado pela mineradora nessa quinta-feira (28) foi
Da Agência Brasil
Publicado em 29/01/2016 - 00:28
Brasília
Mariana (MG) - Rompimento de duas barragens da mineradora Samarco na última quinta-feira (5). Em meio ao cenário de muita lama, barro e destruição, o que restou lembra uma cidade fantasma (Antonio Cruz/Agência Brasil)
© Antonio Cruz/ Agência Brasil

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)  divulgou ontem (28) que encaminhou ofício na quarta-feira (27) à mineradora Samarco, responsável pela catástrofe ambiental provocada pelo rompimento de barragem em Mariana (MG), exigindo que a empresa apresente um novo Plano de Recuperação Ambiental da região afetada pelo desastre. O plano foi considerado “genérico e superficial” pelo Ibama, que avaliou que se trata de um "plano preliminar", ao contrário do que foi pedido pelo órgão.

Mariana (MG) - O distrito de Bento Rodrigues foi atingido pela lama devido ao rompimento de barragem de rejeito da mineradora Samarco (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Plano de Recuperação Ambiental apresentado pela Samarco foi cosiderado superficial pelo IbamaAntonio Cruz/ Agência Brasil

Segundo informações divulgadas pelo Ibama, a equipe técnica responsável pela análise considerou que o levantamento dos impactos e as ações propostas pela Samarco tem “caráter genérico e superficial, sem considerar o imenso volume de informações produzidas e disponíveis até o momento, além de apresentar pouca fundamentação metodológica e científica”.

O plano apresentado pela Samarco, de acordo com a análisa do Ibama, "não especifica, por exemplo, quais espécies da flora foram afetadas, quantas destas se encontram em risco de extinção ou quantas tem distribuição restrita nos locais atingidos pela lama". Também não consta no documento a altura da lama depositada nas margens, subestima o impacto da tragédia na fauna aquática e faz uma abordagem superficial dos impactos na fauna terrestre. De acordo com a avaliação, a empresa "minimiza todos os impactos ambientais da ruptura da barragem”.

Segundo os analistas do Ibama “a falta de prazos definidos impossibilita qualquer monitoramento das atividades a serem desenvolvidas por parte dos órgãos competentes”. Outro ponto destacado na análise feita pela equipe técnica do Ibama foi que os impactos sociais diretos e indiretos não foram sequer citados.

A Samarco tem até o dia 17 de fevereiro para entregar as complementações e atualizações exigidas. A mineradora entregou o documento no dia 18 de janeiro na Superintendência do Ibama em Minas Gerais e a análise do Ibama foi concluida no dia 21 .