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Manifestantes fazem enterro simbólico da Enseada de Botafogo, no Rio

Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 27/02/2016 - 11:14
Rio de Janeiro
 Em meio a críticas sobre a qualidade da água, Baía de Guanabara sediará o primeiro evento-teste para as Olimpíadas de 2016(Arquivo Agência Brasil)
© Arquivo Agência Brasil

 

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O biólogo e ativista Mário Moscatelli promoveu hoje (27) um protesto contra a poluição da Enseada de Botafogo, localizada na Baía de Guanabara, onde acontecerão as competições de vela dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Moscatelli, que é conhecido por suas denúncias de crimes ambientais, quer a responsabilização das autoridades e a adoção de medidas para reverter o quadro. Os manifestantes usaram caixões para simbolizar o enterro da Enseada de Botafogo.

“Sete meses atrás fizemos uma manifestação, na mesma área, pedindo as mesmas coisas. A Enseada de Botafogo, como toda a Baía de Guanabara, é uma grande vala de esgoto e lixo. Na Enseada, há dois rios que chegam completamente podres [despejando esgoto], o Banana Podre e o Berquó, e as autoridades, mais do que alertadas, não fazem nada”, disse Moscatelli.

Segundo Moscatelli, será entregue uma nova representação para o Ministério Público Federal, para reforçar o documento já entregue à instituição em junho do ano passado, que gerou na instauração de um inquérito.

Por meio de nota, a Cedae, companhia estadual responsável pelo saneamento do entorno da Baía de Guanabara, informou que toda a região de Botafogo está devidamente conectada à rede de esgoto. Para evitar despejos clandestinos através de ligações irregulares de esgoto residencial ou comercial à rede de águas pluviais está sendo construída uma galeria de cintura, na Marina da Glória, próximo dali. Essa galeria é formada por um sistema de tubulações que coletam água da rede de águas pluviais em tempo seco.

A Cedae informou que, no prazo de dois meses, pretende tratar mais de 60% do esgoto do entorno da Baía de Guanabara. Atualmente, esse índice está em 51%. Ainda de acordo com a Cedae, as raias olímpicas encontram-se dentro dos padrões exigidos para a prática esportiva.

De acordo com a Secretaria Estadual do Ambiente, o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), no Rio, consumiu cerca de R$ 2 bilhões em 20 anos. Mas serão necessários pelo menos R$ 12 bilhões para se universalizar o saneamento nos 15 municípios do entorno da baía, dos quais R$ 3 bilhões estão em curso em oito grandes obras de saneamento.