PE: governo troca comando da Funase após morte de jovens em centro de internação

Publicado em 31/10/2016 - 21:35 Por Sumaia Villela - Correspondente da Agência Brasil - Recife

O governado de Pernambuco, Paulo Câmara, determinou a substituição do presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), Moacir Carneiro Leão, depois da rebelião que deixou sete adolescentes mortos no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Caruaru, interior do estado. Mais cedo, em entrevista à Agência Brasil, integrantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Pernambuco (CEDCA-PE) informaram que pediriam a exoneração do gestor atual.

Quem assume o órgão, que é responsável pelo sistema de reeducação de menores de 18 anos que cometem crimes, é o advogado Roberto Franca Filho. A nomeação deve ser publicada nesta terça-feira (1°), no Diário Oficial do Estado, e a posse está marcada para quinta-feira (03), no Palácio do Campo das Princesas.

Franca tem atuação na área de Direitos Humanos e é um dos integrantes da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara. Na década de 1990, foi deputado federal pelo PSB. Antes disso, autou como Secretário nas pastas de Justiça e de Segurança Pública do ex-governador Miguel Arraes, em mandatos distintos.

Segundo nota divulgada pelo governo estadual, o novo presidente terá um prazo de 60 dias para elaborar um plano de reestruturação da Funase. A substituição é uma resposta às mortes ocorridas em rebeliões recentes promovidas em unidades de internação superlotadas – o sistema socioeducativo de Pernambuco conta com 702 vagas para o meio fechado, mas tem 1.181 jovens internos.

O último motim em unidades de internação de jovens infratores foi registrado em Pernambuco na noite deste domingo (30). Sete adolescentes morreram – um deles foi mutilado e os outros queimados - durante a rebelião ocorrida no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) do município de Caruaru. Há menos de uma semana, uma rebelião na unidade da Funase do município de Timbaúba deixou quatro adolescentes mortos.

Edição: Amanda Cieglinski

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