Torcedores detidos após confusão no Maracanã são ouvidos pela Justiça do Rio
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro começou a ouvir nesta manhã (26) 31 torcedores do Corinthians detidos no Estádio do Maracanã, depois de um tumulto em uma partida contra o Flamengo, que terminou em 2 a 2, na cidade do Rio, no último domingo (23).
Nas audiências de custódia, serão ouvidos 31 dos 42 detidos pela Polícia Militar. As oitivas devem se estender até a noite e não podem ser acompanhadas pela imprensa. O juiz vai avaliar caso a caso e determinar a punição individual dos envolvidos.
A juíza coordenadora da Central de Audiência de Custódia, Marcela Caran, explicou que os torcedores passam por uma perícia assim que chegam ao tribunal. Antes, eles também podem conversar com advogados próprios ou com a Defensoria Pública.
Segundo o TJ, ainda não há data para ouvir os demais torcedores, autuados por tumulto na mesma ocasião. A Polícia Civil justificou a prisão preventiva alegando que parte dos envolvidos já tinha passagem pela polícia por confusões em estádios.
Os torcedores do Corinthians detidos foram flagrados tentando invadir e depredar tanto a área de torcida do Flamengo quanto as instalações do Maracanã, antes do jogo. Ao tentar controlar os torcedores, quatro policiais militares foram agredidos. O tumulto foi controlado pela Polícia Militar com o auxílio de armas não letais. Testemunhas, no entanto, relatam uso excessivo da força.
Polícia cerca 3 mil no estádio
Os torcedores envolvidos na confusão puderam assistir ao jogo, mas, ao final da partida, cerca de 3 mil pessoas do lado do Corinthians ficaram retidas por mais de duas horas para averiguação. Por meio de imagens de câmeras de televisão, 31 foram identificados como suspeitos e detidos. Eles são acusados de lesão corporal, dano, tumulto, resistência e associação criminosa.
Por meio de nota, o Corinthians criticou a Polícia Militar por punir coletivamente 3 mil torcedores com a retenção no estádio, após a partida. Torcedores relatam ainda, na internet, cenas de humilhação e agressões, com pisões de coturno e corredor polonês. Já o Flamengo elogiou a ação e se solidarizou com os policiais atingidos por um grupo que chamou de “marginais”.
Audiências de custódia
As audiências de custódia permitem que a pessoa detida se encontre com o juiz, que avaliará a necessidade de extensão ou não da detenção e poderá determinar outras medidas cautelares. Na mesma audiência, são ouvidos o Ministério Público, a Defensoria ou advogado. O juiz avalia ainda a legalidade da prisão e a ocorrência de tortura ou maus-tratos.