Clima continua tenso na Esplanada dos Ministérios; MEC teve vidros quebrados

Publicado em 29/11/2016 - 20:45 Por Luciano Nascimento e Mariana Tokarnia - Repórteres da Agência Brasil - Brasília

Após quase três horas do início das manifestações cotra a PEC do Teto dos Gastos Públicos, o clima ainda é de tensão e de confronto entre policiais militares e manifestantes na Esplanada dos Ministérios.

Brasília - Manifestantes entram em confronto com a polícia em frente ao Congresso Nacional (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Manifestantes contrários à PEC do Teto e polícia entram em confronto em frente ao Congresso NacionalFábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Grupos de manifestantes atearam fogo em banheiros químicos e se reagruparam nos arredores da Biblioteca Nacional e do Museu da República, próximo da rodoviária, onde fizeram nova barricada.

Muitos buscaram se proteger nos ônibus que trouxeram as comitivas que participam dos protestos, enquanto outros se dispersaram em direção à Estação Rodoviária.

A Polícia Militar reforçou o contigente com integrantes do Batalhão de Choque e um helicóptero da corporação continua sobrevoando o local.

Até o momento, não há novas informações sobre detenções.

MEC

Durante a manifestação, o Ministério da Educação (MEC) foi invadido e depredado por um grupo de 50 a 100 pessoas, algumas encapuzadas, segundo relatos da assessoria de imprensa do órgão.

MEC tem vidros quebrados em protesto

MEC tem vidros quebrados em protestoMinistério da Educação

Os manifestantes tocaram fogo em pneus, no lixo, quebraram as entradas do ministério e caixas eletrônicos. De acordo com a assessoria, o grupo usou barras de ferro e pedras e alguns tinham coquetel molotov. Eles subiram até o segundo andar do prédio. A Polícia Militar evacuou o edifício e alguns manifestantes foram presos.

A PM ainda não se manifestou sobre o ocorrido. Em nota, o ministro da Educação, Mendonça Filho, condenou "de forma veemente os fatos ocorridos hoje na Esplanada dos Ministérios, particularmente no MEC".

"Os servidores do ministério viveram um clima de terror. Isso é inaceitável. Como democrata que sou, entendo o direito de protesto, mas de forma civilizada, respeitando o direito de ir e ir. O que vimos hoje foram atos de violência e vandalismo contra os servidores públicos e contra o patrimônio", disse.

UNE

Em nota, a União Nacional dos Estudantes (UNE), uma das entidades que convocaram o ato, afirma que a manifestação organizada pelos movimentos estudantis e sociais hoje "foi um ato pacífico, democrático e livre contra a PEC 55".

A entidade diz que não incentivou qualquer tipo de depredação do patrimônio público. "O que nos assusta e nos deixa perplexos é a Polícia Militar do governador Rollemberg jogar bombas de efeito moral, gás de pimenta, cavalaria e balas de borracha contra estudantes, alguns menores de idade, que protestam pacificamente. Esse é o reflexo de um governo autoritário, ilegítimo e que não tem um mínimo de senso de diálogo", diz a nota.

Primeiro, a UNE disse que 15 mil pessoas participavam do ato. Agora, são 50 mil manifestantes, segundo a entidade. A Polícia Militar do Distrito Federal diz que cerca de 10 mil pessoas participam do ato.

O grupo caminhou até a frente do Congresso para protestar contra a PEC. Ao chegar ao gramado, houve tumulto e confronto entre os manifestantes e a polícia. O conflito se intensificou quando um grupo de manifestantes virou um carro de reportagem estacionado próximo à rampa do Congresso.

A polícia reagiu disparando bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. O arquivamento da PEC 55, PEC do Teto, é uma das principais pautas do movimento de estudantes que organizaram caravanas para vir à capital, com mais de 300 ônibus. Hoje o Senado vota, em primeiro turno, a proposta que limita os gastos do governo federal pelos próximos 20 anos. O ato em Brasília é organizado por entidades estudantis e educacionais, entre elas a UNE, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

Dispersão

Pouco antes das 22h, alguns manifestantes permaneciam na Esplanada dos Ministérios e policiais militares seguiam usando bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo. Algumas foram lançadas em direção à Rodoviária do Plano Piloto, assustando quem estava no local. A Tropa de Choque permanece na área. Não há informações sobre detidos. 

O comando da PM informou que um dos policiais foi esfaqueado durante a manifestação e levado para o Hospital de Base de Brasília.

Texto atualizado às 21h50 para acréscimo de informações 

Edição: Carolina Pimentel

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