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João Doria diz que vai manter preço de passagem de ônibus em São Paulo em 2017

Ludmilla Souza – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 29/12/2016 - 17:12
São Paulo
São Paulo - Prefeito eleito da capital paulista, João Dória fala sobre a Operação Chuvas de Verão, no Centro Integrado de Comando e Controle  (Rovena Rosa/Agência Brasil)
© Rovena Rosa/Agência Brasil

O futuro prefeito de São Paulo, João Doria, afirmou hoje (29) que não vai subir o preço das passagens de ônibus na capital paulista. Segundo ele, a tarifa será mantida em R$ 3,80 até o final de 2017. "A decisão da prefeitura de São Paulo foi tomada e será mantida”, disse Doria após a apresentação do Programa de Zeladoria Urbana São Paulo-Cidade Linda, na manhã desta quinta-feira, em seu escritório de transição, no centro da cidade.

O programa pretende resgatar as principais vias de São Paulo. É um conjunto de serviços para revitalizar áreas em todas as regiões, e segundo o novo prefeito, a ação será regular e contínua, nos quatro anos de sua administração. De acordo com Doria, a ação é uma integração entre poder público, iniciativa privada, organizações não governamentais (ONGs) e cidadãos.

A participação dos moradores acontecerá gradualmente, segundo ele: “No primeiro momento a população vai querer ver para crer, e à medida que formos ganhando confiança, nos eixos futuros nós vamos convidar a população para nos ajudar a recuperar jardins e áreas, a atuar na proteção aos moradores de rua”. Ele acrescentou que "este é o momento de motivar e engajar", e adiantou que futuramente será criado um aplicativo para o programa.

A ação começará no primeiro dia útil de 2017. Na segunda-feira (2), mais de 1.200 pessoas e 176 equipamentos (caminhões, varredeiras mecânicas e triciclos) iniciarão o trabalho de conservação de pavimentos, canteiros e jardins; conserto de passeios e guias; poda de árvores; troca de lixeiras; limpeza de pichação e monumentos; retirada de entulhos, faixas e cartazes; e reformas de acessibilidade, entre outras ações. O primeiro eixo a receber os serviços será a Avenida 9 de Julho, do trecho entre a Marginal Pinheiros e o Vale do Anhangabaú.

Coordenação de ações

O trabalho será coordenado pela Secretaria de Prefeituras Regionais, com apoio das secretarias de Desenvolvimento Social, Infraestrutura e Obras, Transportes e Mobilidade, Segurança Urbana e Verde e Meio Ambiente.

Doria garante que não só os trabalhadores participarão da ação, mas os secretários e presidentes das autarquias também estão designados para atuar na ação. “Todos estarão lá às 6h, vestidos de gari e vassoura na mão, e vamos seguir a orientação do supervisor das empresas que farão a limpeza. Vamos agir e trabalhar exatamente como os garis que estão ali, nessa demonstração de apoio e de igualdade”, afirmou.

O futuro prefeito esclareceu que o serviço em andamento em outros pontos não será prejudicado. “Não haverá prejuízo. Ao contrário, haverá vantagem. As empresas que prestam serviço serão voluntárias, não só na mão de obra, mas [também] nos equipamentos, e nenhum outro serviço será interrompido na cidade”.

Ele ainda enfatizou que todo o trabalho das empresas prestadoras de serviços no programa terá custo zero. “Conversei pessoalmente com todos eles [prestadoras de serviços], e em um ato solidário à nossa cidade, pedimos que nos apoiassem”, acrescentou.

Em janeiro, as ações continuarão na Avenida paulista (dias 7 e 8), Avenida 23 de Maio (14 e 15), Avenida Santo Amaro (dias 21 e 22) e Avenida Tiradentes (28 e 29). Em fevereiro, será a vez da Avenida Mateo Bei (dias 4 e 5), avenidas Ipiranga e São Luís (11 e 12), Centro Histórico – Praça da Sé, Rua Líbero Badaró, Pátio do Colégio – (18 e 19) e Avenida Cruzeiro do Sul (dias 25 e 26). O programa será estendido, depois, a outras regiões.

Moradores em situação de rua

De acordo com o novo prefeito, o programa não envolve apenas a zeladoria, do ponto de vista material. “Envolve o cuidado e atenção com aquelas pessoas que estão em situação de rua”, observou. Ele garante que durante as ações haverá abordagem e ação em conjunto com essas pessoas. “Todos serão bem tratados, com dignidade e compaixão. Esse esforço já tem sido feito nas últimas quatro semanas, pelas futuras secretárias de Desenvolvimento e Assistência Social, Sônia Francine, e de Direitos Humanos e Cidadania, Patrícia Brezerra, iniciativas religiosas e ONGs”. Ele disse ainda que as secretárias apresentarão, em breve, um programa para a área de assistência a moradores em situação de rua.

Aviso aos pichadores

Ele enviou um alerta aos pichadores: “Ou mudem de profissão, ou se tornem artistas. Venham para o campo da arte, da dignidade e do trabalho, ou sofrerão as consequências da lei”. O aviso também é dado aos ambulantes, para que “se regularizem, procurem a prefeitura; de forma irregular não vão atuar”. Doria adiantou que haverá novas áreas para os ambulantes. “Teremos um programa de shoppings populares para atender aos ambulantes que hoje estão nas ruas”.

No evento, chegou a afirmar que o programa Arte Urbana, seria coordenado pelo muralista Eduardo Kobra. "Venham participar do programa Arte Urbana, que será coordenado pelo Eduardo Kobra [muralista]."

Mas, no dia seguinte (30), o muralista negou que irá coordenar o grupo. “Eu, Eduardo Kobra, muralista apaixonado por São Paulo, que é minha cidade, minha base e minha inspiração, aceitei um convite do novo prefeito de São Paulo  para discutir projetos de arte urbana e inclusão social através da arte. Mas em momento algum foi dito que eu seria coordenador de qualquer projeto. Esse convite não aconteceu e, mesmo que existisse, eu não aceitaria qualquer cargo. Em primeiro lugar porque o que faço e amo é pintar. Além disso, vou para os Estados Unidos no ano que vem para pintar 28 murais em Nova York. Nem se quisesse eu poderia aceitar. E não quero!", disse.

A assessoria de Doria se equivocou ao dizer que Kobra será o coordenador e disse que o muralista será um curador do programa Arte Urbana.

* Texto atualizado no dia 30/12/2016 para acréscimo do posicionamento de Eduardo Kobra e da assessoria de Doria.