Cinco moradores de BH já foram internados com suspeita de febre amarela

Publicado em 15/02/2017 - 19:09 Por Léo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil - Belo Horizonte

A Secretaria de Saúde de Belo Horizonte informou hoje (15) que cinco moradores da cidade já foram internados com suspeita de febre amarela. No entanto, as possíveis infecções não teriam ocorrido na capital mineira. O órgão trabalha com a hipótese de contágio em municípios do interior, já que todos eles apresentaram sintomas após viajarem para a área mais atingida pelo surto.

A primeira hospitalização, no dia 30 de janeiro, foi de um homem de 56 anos que esteve dias antes em Teófilo Otoni. Todos os cinco pacientes estiveram internados no Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, mas já receberam alta. Caso se confirme a infecção por febre amarela de algum deles, será o primeiro caso comprovado em moradores de Belo Horizonte, no atual surto que atinge o estado.

A preocupação com uma possível transmissão do vírus na capital mineira aumentou depois que um macaco encontrado morto na cidade teve resultado positivo para a febre amarela. Outras duas cidades da região metropolitana, Contagem e Betim, também tiveram confirmação da doença em animais que foram a óbito e outros cinco municípios possuem investigações em curso ou rumores de falecimento de primatas.

Novas medidas

Diante deste cenário, a Secretaria de Saúde de BH anunciou novas medidas nos últimos dias. Uma delas, que já teve início hoje (15), é a vacinação de estudantes, professores e funcionários do campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi montado um posto no local, que funcionará às quartas, quintas e sextas-feiras, das 8 às 16h. A preocupação se deve ao fato do campus se situar numa região de mata.

Também está sendo finalizado o processo de contratação de profissionais para atendimento em outros três postos extras que serão criados para imunização da população da capital. Eles ficarão nas regiões Oeste, Barreiro e Venda Nova, ainda sem previsão para o início do funcionamento. Os demais 150 centros de saúde de Belo Horizonte ganharão reforço nas equipes. Serão contratados seis enfermeiros e 82 técnicos e auxiliares de enfermagem. A contratação é temporária, com duração de 3 meses, sendo possível a prorrogação.

Segundo dados da secretaria, mais de 278 mil moradores da capital já receberam a vacina contra febre amarela neste ano. A imunização já supera os números do ano passado, quando foram vacinadas 140 mil pessoas. Ainda de acordo com o órgão, cerca de 70% da população adulta da cidade já receberam a vacina e aproximadamente 98% dos menores de 4 anos estão imunizados.

Outra medida tomada pelo município foi a interdição, desde a segunda-feira (13), do Parque Jacques Cousteau, no bairro Betânia, onde um macaco foi encontrado morto. No seu entorno,  foram realizadas ações para eliminar focos de mosquitos.

Um dos desafios os órgãos públicos é evitar a transmissão urbana da doença que, segundo o Ministério da Saúde, não ocorre no país desde 1942. No atual surto, todos os casos confirmados até o momento são considerados de transmissão silvestre, ou seja, transmitidos pelo mosquito Haemagogus.

Números

Segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje (15) pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais, já são 995 notificações de febre amarela em todo o estado. Destas, 57 foram descartadas e outras 208 são casos confirmados. Também já foram confirmadas 75 mortes devido à doença. Há ainda 94 óbitos em análise. As confirmações da febre amarela ocorreram com pacientes de 39 municípios. Outras 77 cidades possuem casos em investigações.

O combate a doença no estado ganhou novo reforço do Ministério da Saúde, que anunciou ontem (14) que vai disponibilizar R$ 7,4 milhões para assistência a pacientes com febre amarela em Minas Gerais. Os recursos deverão ser empregados para custear serviços hospitalares e ambulatoriais, além de despesas emergenciais durante os próximos três meses. Haverá também o repasse de R$ 13 milhões para campanhas de vacinação em 256 municípios de cinco estados - Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo.

 

Edição: Augusto Queiroz

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