Justiça afasta acusados de agredir adolescentes em unidade socioeducativa no Rio
Dois diretores e cinco agentes socioeducativos da Escola João Luis Alves, do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro, foram afastados de suas funções por decisão da Justiça estadual, após serem acusados de agredir e ameaçar quatro adolescentes internos.
O pedido foi feito pela Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Infância e da Juventude Infracional da Capital. A decisão foi divulgada hoje (6) pelo Ministério Público.
Os diretores afastados são Leonardo Guimarães da Rocha Souza e Hebert Patrick Faria Gomes. Já os agentes socioeducativos são Daniel Jesus de Souza Leal, Alessandro Fernandes Teixeira, Marcelo Nunes Martins Tavares, Gudemberg Gomes da Silva e Eduardo Luiz Vieira Neves.
Depoimentos
De acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, os adolescentes foram agredidos entre os dias 4 e 5 de janeiro de 2017, com socos, chutes, pancadas na cabeça e jatos de gás de extintor de incêndio no rosto.
No depoimento, os adolescentes também relataram que os agentes socioeducativos denunciados andam armados e fazem disparos sem motivos dentro da unidade.
Segundo o Ministério Público, os adolescentes agredidos não foram encaminhados à delegacia nem ao Instituto Médico Legal (IML) no dia das agressões para que não fossem produzidas provas contra os agentes da instituição. “Tendo as lesões sido produzidas por agentes socioeducativos, não houve nenhuma pressa no encaminhamento das vítimas à constatação das lesões, que evidentemente se desejam ocultar, isso porque, o registro da ocorrência só foi realizado dias depois quando não era mais possível verificar nitidamente as lesões.”