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Rio terá menos policiais nas ruas neste carnaval

Sem recursos para pagar horas extras, 3 mil agentes ficarão de fora do
Isabela Vieira – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 24/02/2017 - 16:22
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Operação policial após ataques às bases das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, em Copacabana. (Fernando Frazão/Agência Brasil)
© Fernando Frazão/Agência Brasil

O esquema de segurança para o carnaval deste ano terá 3 mil policiais militares a menos, de acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ). Sem recursos para pagar horas extras, atrasadas desde agosto de 2016, a corporação contará com 12 mil PMs durante os festejos, que vão até terça-feira (28), oficialmente. Com a retirada das forças do Exército do Rio nesta semana, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Seção Rio de Janeiro (Abhi-RJ) reclamou da sensação de insegurança e enviou uma carta ao Ministério da Defesa na quarta-feira (22).

Segundo o porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, o número menor de agentes nas ruas reflete uma redução das festividades, também por causa da crise. Braz disse, no entanto, que o patrulhamento será mais eficiente.

“Nossa tropa tem sido empregada rotineiramente em grandes eventos, desde a Olimpíada, e isso desgastou muito. Teremos agora o carnaval, colocaremos nossos homens e mulheres nas ruas, garantiremos a segurança, mas não podemos saturar o estado do Rio porque nossa tropa está cansada física e mentalmente”, disse.

Hoje, às vésperas da abertura oficial do carnaval, o governo do estado começou a pagar as horas extras atrasadas. Os policiais, no entanto, ainda não receberam o 13º salário do ano passado. “Estamos lidando com economia de esforços”, afirmou o major, justificando a redução no efetivo.

A corporação colocará homens e mulheres em áreas consideradas estratégicas, para conter principalmente furtos e roubos, que são as ocorrências mais frequentes.

Uma parte da operação será coordenada do Centro Integrado de Comando Móvel, baseado no Sambódromo, e que receberá imagens em tempo real das praias da zona sul e da Barra da Tijuca, na zona oeste. Nos arredores do Sambódromo e do Terreirão do Samba, no centro, o policiamento será feito por cerca de 700 PMs, a pé, nos locais de concentração de foliões, incluindo nos blocos de rua.

Para evitar ser vítima de roubos e furtos durante a folia, a orientação é evitar a distração. “Se for atender o celular no meio da multidão, observe o entorno, tente procure um local estático, fique com as costas perto de uma parede, por exemplo, vá com mais alguém. No caso de dinheiro, não leve carteira, distribua o dinheiro por vários bolsos e leve apenas um documento, evite volumes”, recomendou o major. “Crianças devem estar identificadas.”

Com a greve da Polícia Civil, os policiais militares também foram orientados a preencher o boletim de ocorrência da Polícia Militar, no lugar do documento feito nas delegacias, no caso de crimes de menor potencial ofensivo. O documento permite às vítimas acionar seguradoras, no caso de furto de veículos, ou solicitar novo chip, no caso de celulares roubados.

Durante o carnaval, a polícia também estará atenta a casos de violência contra a mulher e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Para fazer denúncias, a recomendação é ligar para o serviço gratuito Disque 100. A Guarda Municipal também atuará na defesa dos menores de idade. Ao todo, cerca de 7 mil guardas estarão nas ruas da capital fluminense.