Secretário de Segurança de SP diz que assalto no Paraguai lembra casos no estado
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, disse hoje (25) que a execução do assalto a uma empresa de transporte de valores no Paraguai é muito semelhante à de cinco roubos a empresas do mesmo tipo em São Paulo nos últimos anos. No entanto, o secretário não confirmou a hipótese de o crime no Paraguai ter sido praticado por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que surgiu nas penitenciárias paulistas.
“Tem muita especulação em torno desse tema [participação do PCC]. O que temos de concreto é que a forma de execução desse crime que ocorreu lá no Paraguai é muito semelhante à forma de execução de quatro assaltos que tivemos aqui em São Paulo e mais um que ocorreu em 2015. Temos aqui em São Paulo uma linha de investigação forte, porque já prendemos vários integrantes. Em todos esses cinco casos que ocorreram no estado tivemos prisões: foram 29 prisões ao todo”, disse Mágino Alves.
Os cinco casos citados pelo secretário ocorreram em Ribeirão Preto, Campinas e Santos. Em nenhum dos três. ficou comprovada a participação de membros do PCC. “A forma de execução desses crimes é proveniente do crime organizado, mas isso não quer dizer que eles pertencem a uma facção ou outra. O que temos é que esses roubos foram praticados por associações criminosas estáveis.”
Ontem (24), um grupo de cerca de 50 pessoas assaltou a sede da empresa de transporte de valores Prosegur em Ciudad del Este, no Paraguai, na Tríplice Fronteira. O grupo roubou cerca de US$ 40 milhões (R$ 125 milhões). O dinheiro estava guardado em um cofre, que foi aberto com uso de explosivos e fuzis antiaéreos. Até agora, oito pessoas foram presas acusadas de participação no roubo. Autoridades paraguaias têm dito que o assalto pode ter sido organizado por integrantes do PCC.
“Está muito fácil atribuir tudo ao PCC, ou a alguma facção criminosa. Acho que a investigação tem que ser muito bem-feita. Temos todo interesse em colaborar com os demais organismos policiais e também em obter informações sobre o que realmente está sendo apurado para ver se isso ajudar a elucidar ainda mais os casos que nós tivemos registrados aqui em São Paulo”, disse Mágino. “Se pudermos auxiliar as autoridades policiais, nós o faremos”, acrescentou o secretário. Segundo ele, ainda não houve pedido de ajuda nas investigações por parte das autoridades paraguaias ou da Polícia Federal.
Governador
Mais cedo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também disse não ter informações sobre uma possível ligação do PCC com o mega-assalto em Ciudad del Este. “Não tenho esse detalhe”, disse o governador a jornalistas. “Não há nenhum criminoso famoso aqui que não esteja atrás das grades. Nosso trabalho de inteligência e de combate ao crime é 24 horas. Vamos aguardar as apurações da polícia.”