Em São Paulo, sem-teto detidos durante greve têm prisão preventiva decretada
Três manifestantes detidos durante a greve geral da última sexta-feira (28), na capital paulista, permanecem presos na carceragem do 63º Distrito Policial, na Vila Jacuí, em São Paulo.
No sábado (29), a juíza Marcela Filus Coelho rejeitou o pedido dos advogados do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e manteve presos Juraci Alves dos Santos, Luciano Antonio Firmino e Ricardo Rodrigues dos Santos, convertendo a prisão em flagrante em prisão preventiva, sem prazo de duração. Em sua decisão, a juíza afirmou que a prisão dos três manifestantes é necessária para "garantir a ordem pública".
Em nota, o MTST criticou as prisões, afirmando não haver provas contra os manifestantes, além do relato dos policiais militares que os prenderam. O movimento também disse que as prisões configuram uma "tentativa de se criminalizar os movimentos sociais no país".
“Continuaremos na luta até que todos os presos sejam soltos. Permaneceremos na luta em defesa dos nossos direitos”, diz o comunicado, assinado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, da qual o MTST faz parte.
Segundo o movimento, os três são os únicos dos 39 manifestantes detidos em todo o estado que permanecem presos. O MTST informou ainda que pretende entrar com habeas corpus ainda hoje para tentar liberar os ativistas.
Em nota enviada hoje à reportagem da Agência Brasil, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que 39 pessoas foram conduzidas a delegacias de polícia de todo o estado durante os atos de sexta-feira. Deste total, 26 foram responsabilizadas por delitos.
"A Polícia Civil informa que Luciano Antônio Firmino, de 41 anos, Juraci Alves dos Santos, 57, e Ricardo Rodrigues dos Santos, 35, foram presos por tentativa de incêndio, explosão e incitação ao crime, durante uma manifestação na Avenida José Pinheiro Borges, em Itaquera. Os três tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva e estão detidos na carceragem do 63º DP, onde aguardam vaga para o sistema prisional", diz nota do órgão.