Alunos voltam a protestar em SP contra cortes no passe livre estudantil

Publicado em 18/07/2017 - 19:25 Por Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

São Paulo - Manifestação dos estudantes secundaristas contra os cortes no passe livre estudantil, na Avenida Paulista, região central (Rovena Rosa/Agência Brasil)

São Paulo - Manifestação dos estudantes secundaristas contra os cortes no passe livre estudantil, na Avenida Paulista, região central (Rovena Rosa/Agência Brasil)Rovena Rosa/Agência Brasil

Estudantes voltaram a protestar hoje (18), na capital paulista, contra a redução das cotas gratuitas de passagem para alunos no sistema público de transporte coletivo da cidade. As mudanças foram anunciadas no último dia 8 pela prefeitura.

Duas manifestações ocorriam, às 18h30, em pontos distintos da Avenida Paulista: uma no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), com a participação de entidades estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes); e outra na Praça Ciclista, com alunos secundaristas organizados autonomamente.

As mudanças no passe livre estudantil foram publicadas no último sábado (8) no Diário Oficial da Cidade de São Paulo. Originalmente, a gratuidade, regulamentada em 2015, previa uma cota igual ao número de dias letivos nas instituições de ensino – normalmente 24 por mês –, além de passagens destinadas à realização de atividades extracurriculares. Cada cota gratuita tinha limite de oito embarques por dia, a serem realizados no período de 24 horas.

Com as mudanças implementadas no último sábado, as cotas gratuitas de passagens passaram a ter um limite de 48 por mês, e com uso restrito a um período de apenas duas horas cada uma, contadas a partir do registro da primeira utilização. Na prática, o aluno poderá usar uma cota para ir à escola – com possibilidade de usar quatro ônibus diferentes – e uma para voltar para casa. Segundo a prefeitura, a medida foi tomada para que as passagens gratuitas contemplem “a real necessidade de deslocamentos vinculados à atividade escolar”, segundo o texto publicado no Diário Oficial.

“A prefeitura acha que o passe livre tem que servir só para a gente ir e voltar da escola. Mas o passe livre, além de ser uma política de assistência estudantil, é uma política de acesso à cidade, para a gente poder ir aos museus, para a gente colar [ir] no [parque] Ibirapuera, para fazer um trabalho. Usar o passe livre para a gente, de fato, poder acessar a nossa cidade”, defendeu Matheus Doná, membro da Upes.

A prefeitura foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre os protestos de hoje.

Agressão a mulher

A passeata dos estudantes transcorria sem o registro de nenhuma ocorrência grave até por volta das 20h30 quando, segundo testemunhas, uma mulher foi agredida com um golpe de cassetete na cabeça por um policial militar. A agressão ocorreu na altura do número 451 da Avenida Nove de Julho, no centro da cidade.

Manifestantes que presenciaram o ocorrido disseram que o policial tentava fazer com que algumas pessoas que participavam da passeata não ocupassem todas as faixas de rolamento da avenida. Primeiramente empurrou as pessoas e, em seguida, desferiu o golpe que atingiu a parte lateral do rosto da mulher.

A vítima perdeu a consciência instantes depois e caiu na calçada da avenida com sangramento na cabeça. Os manifestantes então decidiram interromper a passeata enquanto a mulher não fosse socorrida. Cerca de uma hora mais tarde, por volta das 21h15, uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou ao local. A vítima foi levada a Santa Casa de São Paulo, no bairro de Santa Cecília. Não há informações sobre o estado de saúde da mulher.

A assessoria de imprensa da Polícia Militar confirmou que houve o registro de uma pessoa ferida com um golpe na cabeça, na passeata. No entanto, disse que a mulher foi agredida pelos próprios manifestantes.

Matéria atualizada às 22h56 para inclusão de incidente que vitimou mulher.

Edição: Amanda Cieglinski

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