Aeroporto de Brasília tem combustível só até 16h deste domingo
No sétimo dia da greve dos caminhoneiros, a administração do aeroporto de Brasília informou que as reservas de combustível do terminal voltaram ao nível de alerta e só tem querosene suficiente até as 16h deste domingo (27). Ontem (26), o aeroporto da capital recebeu 10 caminhões de combustível, elevando as reservas a 12,5%.
Desde as 18h de ontem, o aeroporto não recebe caminhões de combustível. De meia-noite ao meio-dia de hoje, o terminal operou 43 pousos e 38 decolagens. Até o fim da manhã, três voos foram cancelados e haviam dois atrasados. Segundo a Inframérica, que administra o aeroporto da capital, o tempo dos atrasos registrados não passou de 30 minutos.
Os aeroportos administrados pela Infraero recebem pousos e decolagens, mas permanecem monitorando o abastecimento de querosene de aviação. Nos terminais desabastecidos, as aeronaves chegam e só podem decolar se tiverem combustível suficiente para a próxima etapa do voo.
De acordo com a Infraero, até as 9h10 de hoje, continuavam sem combustível os aeroportos de Carajás (PA), São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG),Ilhéus (BA), Goiânia (GO), Campina Grande (PB), Juazeiro do Norte (CE), Maceió (AL), Aracaju (SE), Joinville (SC) e João Pessoa (PB).
Estradas
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, até ontem à noite haviam 554 pontos de bloqueios nas estradas e 625 pontos já tinham sido desbloqueados desde o início das operações.
Dos 27 estados brasileiros, 23 ainda tinham pontos de bloqueio. Os números da manhã de hoje ainda estão sendo levantados e devem ser divulgados após a reunião de monitoramento que está ocorrendo no Palácio do Planalto.
Suspensão de aulas
A reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) informou que as aulas da graduação, pós-graduação e de educação básica estarão suspensas nesta segunda-feira (28). Por meio de nota oficial, a reitoria disse ainda que as atividades de atendimento à população e os serviços de manutenção da universidade funcionarão normalmente.
Amanhã, no fim da tarde, será feita uma avaliação pela reitoria da UFRJ sobre os desdobramentos da crise. Outras universidades adotaram o mesmo procedimento. A reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) emitiu comunicado orientando os professores a não realizarem atividades de avaliação e a desconsiderarem as ausências dos estudantes.
A paralisação dos caminhoneiros também ocasionou a falta de alimentos nos restaurantes universitários. Na Universidade Estadual de Londrina, por exemplo, a falta de mantimentos e materiais levou à suspensão do funcionamento do restaurante.
A universidade decidiu também suspender as atividades acadêmicas amanhã, quando a administração voltará a se reunir para avaliar os efeitos das medidas tomadas para desbloquear as estradas. Somente as atividades administrativas não serão suspensas.
O restaurante universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) não serviu jantar na sexta-feira (25). A universidade pediu que a comunidade acadêmica acompanhe as atualizações no site da instituição a partir de amanhã.
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) liberou as chefias de departamentos para decidir como administrar as atividades acadêmicas e programar a reposição de aulas. Também orientou que as direções dos setores administrativos adotem ponto facultativo para os servidores. A reitoria informou que avalia permanentemente a situação e informará a qualquer momento sobre novas medidas em decorrência da paralisação dos caminhoneiros.
As universidades federais da Bahia e de Pernambuco também emitiram comunicado oficial anunciando suspensão das aulas amanhã. A Universidade Federal do Tocantins (UFT) suspendeu a aplicação de provas dos vestibulares de educação de campo, de transferências e para concurso de professor.
A reitoria da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) decidiu suspender as aulas de graduação e de pós-graduação nesta segunda-feira em todos os campi da universidade . A decisão da reitoria foi anunciada hoje.
Segundo a reitoria, funcionarão apenas os serviços voltados para o atendimento da população ou para a sua própria manutenção. Também funcionarão as atividades acadêmicas, “em conformidade com o planejamento das unidades e setores, que avaliarão as condições efetivas para sua operação”.
A reitoria informou ainda que, assim que a situação for normalizada e a paralisação encerrada, será avaliada a necessidade de algum reajuste no calendário acadêmico.
* Colaborou Elaine Patrícia Cruz