Cais do Valongo vai ganhar centro cultural para contar sua história
O Ministério da Cultura vai criar o Centro de Interpretação do Cais do Valongo no Armazém Docas Dom Pedro II, na zona portuária do Rio de Janeiro. O prédio histórico foi projetado pelo engenheiro negro André Rebouças e abriga atualmente a Organização Não Governamental Ação da Cidadania, que dividirá o espaço com o novo equipamento cultural.
O ministro, Sérgio Sá Leitão, anunciou a medida em um seminário hoje (15) do Circuito Cultura Gera Futuro, no Rio de Janeiro. Ele disse que já foi assinado com a Secretaria de Patrimônio da União o acordo de cessão do espaço ao Ministério da Cultura. "Agora vai ser muito mais fácil reunir os interessados e construir uma solução pactuada."
O espaço terá informações sobre a importância histórica do Cais do Valongo, porto do mundo que mais recebeu africanos escravizados. O ministro disse que a criação do centro faz parte do compromisso do governo brasileiro com a Unesco, que declarou o Cais do Valongo Patrimônio Mundial. O modo de implantar o projeto será discutido com a sociedade por meio de consultas públicas, seminários e encontros.
O Ministério da Cultura também anunciou que vai reinaugurar na próxima segunda-feira a fachada da Biblioteca Nacional, que está há oito anos coberta por tapumes.
Apesar da obra, a biblioteca estava aberta e teve um recorde de visitantes em 2017, com 100 mil pessoas. Para Sá Leitão, esse número deve crescer com a conclusão da obra. "Foi uma obra de altíssimo nível", destacou.
Outra obra que terá uma etapa concluída é a reforma do Palácio Capanema, prédio histórico que abriga a sede do ministério no Rio de Janeiro. Segundo Sá Leitão, a reforma da fachada, do teto do pilotis e das esquadrias. Essa etapa da reforma custará R$ 34 milhões, do programa PAC Cidades Históricas/Avançar, e a próxima já está em preparação. "Estamos finalizando o projeto de maneira que haja continuidade".
O Rio de Janeiro foi a 17ª cidade a receber o seminário, que busca capacitar produtores culturais, artistas e gestores públicos a apresentar projetos mais qualificados e, por outro lado, sensibilizar empresas a direcionar recursos a essas iniciativas via leis de incentivo.