Em Buenos Aires, argentinos acompanham eliminação da seleção

Publicado em 30/06/2018 - 14:02 Por Monica Yanakiew - Repórter da Agência Brasil - Buenos Aires

A imagem do craque Lionel Messi ajoelhado, com a cabeça enterrada no gramado, simboliza o sentimento dos argentinos: decepção, tristeza e resignação. Na Praça San Martin, em frente ao Ministério das Relações Exteriores da Argentina, uma multidão acompanhou o jogo contra a França – num dia nublado e frio.

Os torcedores chegaram com esperança, depois da vitória contra a Nigéria, convencidos de que a seleção – quase excluída da Copa – tinha se recuperado. Mas o clima otimista rapidamente virou tenso quando a França fez o primeiro gol.

Leandro Rampalo e a mulher, Silvia, saíram de casa cedo para ir à praça, vestindo exatamente a mesma roupa que no jogo anterior. “É o que nós argentinos chamamos de cabala – um ritual para dar sorte. Cada torcedor tem o seu”, disse à Agência Brasil. “Eu não acreditava na seleção, até conseguirmos derrotar a Nigéria. Agora acho que podemos repetir a proeza”. 

Na praça, gritos de entusiasmo, seguidos por gritos de decepção. Até o último minuto, havia esperança de que a Argentina conseguiria virar o jogo – mas não aconteceu. Javier Granado, de 10 anos, não conseguia conter o choro. Mas seu pai, Mauricio, analisou friamente a situação. “Todo argentino se considera um técnico de seleção e não sou a exceção: se chegamos até aqui foi um milagre”, disse. “Nossos jogadores são velhos, comparados com a média dos outros times. Começamos a Copa com o pé esquerdo. E França realmente jogou melhor”.   

O jornal “La Nacion” anunciou que a Argentina tinha sido derrotada pela Franca “na sua pior atuação num Mundial desde 2002”. O jornal desportivo  “Ole” disse que a Argentina foi do “sonho ao pesadelo”.  E o jornal “Pagina 12” noticiou “O Fim da Ilusão”.

Logo apos a derrota, Javier Mascherano – um dos “históricos” da seleção argentina junto com Lionel Messi – anunciou sua saída da seleção. “A partir de agora serei um torcedor a mais”, disse.

 

Edição: Sabrina Craide

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